DISSEÇÃO ISOLADA DA AORTA ABDOMINAL – UM ANIMAL DIFERENTE – SÉRIE DE CASOS
DOI:
https://doi.org/10.48750/acv.425Palavras-chave:
Aorta, Disseção Aórtica, Técnicas Endovasculares, Aneurisma da Aorta AbdominalResumo
Introdução: A disseção isolada da aorta abdominal (DIAA) é um evento relativamente raro e não estão definidas indicações claras para tratamento. A sua história natural é pouco compreendida devido a essa raridade e ao facto de a maioria dos cirurgiões terem um limiar reduzido para intervenção nestes doentes. A cirurgia aberta representa o tratamento clássico mas a intervenção endovascular apresenta aceitação na grande generalidade dos centros cirúrgicos sendo atualmente a opção mais adotada. As maiores séries de doentes descritas na literatura provêm da Ásia apresentando a maior delas uma amostra de apenas 33 casos enquanto que nas séries ocidentais a maior descreve apenas 21 doentes.
Métodos: Estudo retrospetivo, observacional, de doentes com DIAA tratados, por cirurgia aberta ou endovascular, num Centro Cirúrgico.
Resultados: Descrevemos oito doentes com DIAA que foram submetidos a cirurgia na nossa Instituição (quatro homens e quatro mulheres. A mediana de idades à apresentação era de 78 anos e todos os doentes eram assintomáticos. O diâmetro aórtico mediano à apresentação era de 30mm (14-85mm). Todos os doentes, com exceção de um, foram submetidos a tratamento endovascular. Três doentes foram tratados com endopróteses aórticas bifurcadas, em três doentes foram implantadas endopróteses tubulares únicas (extensores ilíacos de endopróteses aórticas bifurcadas) e um doente foi submetido a uma reconstrução endovascular da bifurcação aórtica (“CERAB”) por doença arterial obstrutiva coexistente da bifurcação aórtica. Não ocorreram mortes per-operatórias. O tempo mediano de segui-mento dos doentes foi de 6,2 anos (2 meses – 13 anos). Foi necessária reintervenção tardia em um doente, 8 anos após a cirurgia inicial, devido a uma endofuga tipo 1.
Conclusão: De acordo com a nossa experiência a intervenção endovascular representa um tratamento seguro e durável na DIAA, no entanto, um seguimento prolongado dos doentes é obrigatório. São necessários estudos de maior dimensão com tempos de seguimento alargados para melhor compreender esta doença.
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