O SERVIÇO DE URGÊNCIA DE CIRURGIA VASCULAR EM TEMPOS DE PANDEMIA COVID-19

Autores

  • Henrique Rocha Angiologia e Cirurgia Vascular, Centro Hospitalar Universitário do Porto, Portugal
  • Ivone Silva Angiologia e Cirurgia Vascular, Centro Hospitalar Universitário do Porto, Portugal
  • Inês Antunes Angiologia e Cirurgia Vascular, Centro Hospitalar Universitário do Porto, Portugal
  • Carlos Veiga Angiologia e Cirurgia Vascular, Centro Hospitalar Universitário do Porto, Portugal
  • Daniel Mendes Angiologia e Cirurgia Vascular, Centro Hospitalar Universitário do Porto, Portugal
  • Carlos Veterano Angiologia e Cirurgia Vascular, Centro Hospitalar Universitário do Porto, Portugal
  • João Castro Angiologia e Cirurgia Vascular, Centro Hospitalar Universitário do Porto, Portugal
  • Andreia Pinelo Angiologia e Cirurgia Vascular, Centro Hospitalar Universitário do Porto, Portugal
  • Rui Machado Angiologia e Cirurgia Vascular, Centro Hospitalar Universitário do Porto, Portugal
  • Rui Almeida Angiologia e Cirurgia Vascular, Centro Hospitalar Universitário do Porto, Portugal

DOI:

https://doi.org/10.48750/acv.344

Palavras-chave:

Cirurgia Vascular, Serviço de Urgência, COVID-19, Pandemia

Resumo

 

Introdução: O crescimento da pandemia COVID-19 em Portugal e as medidas de saúde pública implementadas fizeram- se acompanhar de um acentuado decréscimo no número de pacientes admitidos no Serviço de Urgência (SU).

Objetivos: Este estudo tem como objetivo avaliar o impacto da pandemia COVID-19 nas admissões do SU de Cirurgia Vascular, comparando as características clínicas e demográficas dos utentes que recorreram ao SU durante o período da pandemia e o período homólogo de 2019.

Métodos: Recolhemos retrospetivamente a informação dos pacientes admitidos no SU de Cirurgia Vascular do Centro Hospitalar Universitário do Porto entre os dias 4 de Março e 1 de Abril de 2020 — duas semanas antes e duas semanas depois da implementação do estado de emergência no nosso país devido à pandemia COVID-19 — e durante o período homólogo de 2019. Foram analisados os registos clínicos para obter as características e demografia, a severidade clínica orientada pelo Sistema de Triagem de Manchester (STM), o diagnóstico final no SU, a necessidade de internamento hospitalar ou de cirurgia emergente/urgente, a duração do internamento e a mortalidade dentro de 30 dias após a alta clínica.

Resultados: Durante o período da pandemia e o período homólogo de 2019, recorreram ao SU de Cirurgia Vascular um total de 119 e 210 utentes, respetivamente. Em ambos os anos predominaram utentes do sexo masculino, tendo-se verificado uma redução significativa na proporção de mulheres admitidas no ano de 2020 (P=0,015). Durante este período, foram triadas gravidades urgentes e muito urgentes em proporções significativamente inferiores (P=0,048). Contudo, a necessidade de internamento e de cirurgia emergente/urgente foi proporcionalmente e significativamente superior durante a pandemia (P<0,001 e P=0,002, respetivamente). Não se verificaram diferenças entre o tempo de internamento e a mortalidade precoce. Os diagnósticos mais prevalentes durante este período crítico foram a isquemia crónica ameaçadora de membro (CLTI), trombose venosa profunda e a isquemia aguda de membro; em 2019 predominaram os diagnósticos de CLTI, dor no membro de etiologia não-vascular e dor pós-operatória.

Conclusão: Identificámos uma redução de 43,3 % no número de visitas ao SU de Cirurgia Vascular no primeiro mês após o caso inaugural de COVID-19 no nosso país. Houve uma diminuição significativa dos casos urgentes e muito urgentes triados no SU, mas aqueles que recorreram a estes serviços apresentaram-se com doença mais grave e avançada, traduzido pelo aumento significativo na necessidade de cuidados em internamento e de cirurgia emergente/urgente. O medo de infeção e as limitações à mobilidade impostas pela quarentena podem dissuadir os doentes de recorrer ao SU e atrasar o tratamento médico adequado. Os efeitos a médio e longo prazo deste comportamento na morbimortalidade dos doentes deve ser determinada de forma a avaliar a qualidade da resposta dos serviços de saúde à pandemia.equado. Os efeitos a médio e longo prazo deste comportamento na morbimortalidade dos doentes deve ser determinada de forma a avaliar a qualidade da resposta dos serviços de saúde à pandemia.

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Publicado

2021-06-02

Como Citar

1.
Rocha H, Silva I, Antunes I, Veiga C, Mendes D, Veterano C, Castro J, Pinelo A, Machado R, Almeida R. O SERVIÇO DE URGÊNCIA DE CIRURGIA VASCULAR EM TEMPOS DE PANDEMIA COVID-19. Angiol Cir Vasc [Internet]. 2 de Junho de 2021 [citado 24 de Novembro de 2024];17(1):13-9. Disponível em: https://acvjournal.com/index.php/acv/article/view/344

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Artigo Original