ANEURISMAS TÓRACO-ABDOMINAIS APÓS DISSECÇÃO AÓRTICA: RESULTADOS DO TRATAMENTO ABERTO E ENDOVASCULAR

Autores

  • Ryan Gouveia e Melo Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa (FMUL); Serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular, CHULN (Hospital de Santa Maria); Centro Académico de Medicina de Lisboa (CAML); Centro Cardiovascular da Universidade de Lisboa (CCUL)
  • Jorge Campos Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa (FMUL)
  • Pedro Garrido Serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular, CHULN (Hospital de Santa Maria); Centro Académico de Medicina de Lisboa (CAML); Centro Cardiovascular da Universidade de Lisboa (CCUL)
  • Alice Lopes Serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular, CHULN (Hospital de Santa Maria); Centro Académico de Medicina de Lisboa (CAML); Centro Cardiovascular da Universidade de Lisboa (CCUL)
  • Ruy Fernandes e Fernandes Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa (FMUL); Serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular, CHULN (Hospital de Santa Maria); Centro Académico de Medicina de Lisboa (CAML); Centro Cardiovascular da Universidade de Lisboa (CCUL)
  • Luís Silvestre Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa (FMUL); Serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular, CHULN (Hospital de Santa Maria); Centro Académico de Medicina de Lisboa (CAML); Centro Cardiovascular da Universidade de Lisboa (CCUL)
  • Gonçalo Sobrinho Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa (FMUL); Serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular, CHULN (Hospital de Santa Maria); Centro Académico de Medicina de Lisboa (CAML); Centro Cardiovascular da Universidade de Lisboa (CCUL)
  • Augusto Ministro Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa (FMUL); Serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular, CHULN (Hospital de Santa Maria); Centro Académico de Medicina de Lisboa (CAML); Centro Cardiovascular da Universidade de Lisboa (CCUL)
  • Pedro Amorim Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa (FMUL); Serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular, CHULN (Hospital de Santa Maria); Centro Académico de Medicina de Lisboa (CAML); Centro Cardiovascular da Universidade de Lisboa (CCUL)
  • Mariana Moutinho Serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular, CHULN (Hospital de Santa Maria); Centro Académico de Medicina de Lisboa (CAML); Centro Cardiovascular da Universidade de Lisboa (CCUL)
  • Carlos Martins Serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular, CHULN (Hospital de Santa Maria); Centro Académico de Medicina de Lisboa (CAML); Centro Cardiovascular da Universidade de Lisboa (CCUL)
  • Ângelo Nobre Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa (FMUL); Serviço de Cirurgia Cardíaca, CHULN (Hospital de Santa Maria); Centro Académico de Medicina de Lisboa (CAML); Centro Cardiovascular da Universidade de Lisboa (CCUL)
  • José Fernandes e Fernandes Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa (FMUL); Serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular, CHULN (Hospital de Santa Maria); Centro Académico de Medicina de Lisboa (CAML); Centro Cardiovascular da Universidade de Lisboa (CCUL)
  • Luís Mendes Pedro Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa (FMUL); Serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular, CHULN (Hospital de Santa Maria); Centro Académico de Medicina de Lisboa (CAML); Centro Cardiovascular da Universidade de Lisboa (CCUL)

DOI:

https://doi.org/10.48750/acv.334

Palavras-chave:

Aneurismas pós-dissecção, dissecção da aorta, Aneurismas toraco-abdominais

Resumo

Introdução/Objetivos: Comparar resultados do tratamento de aneurismas aórticos tóraco-abdominais pós-dissecção (AATA-PD) tratados por via endovascular ou aberta.

Material e Métodos: Estudo observacional (coorte retrospetiva) dos doentes tratados com AATA-PD por via endovascular (grupo-1) ou aberta (grupo-2) entre Janeiro-2013 e Maio-2020. Outcome primário: mortalidade-hospitalar. Outcomes secundários: lesão de orgão, infeções hospitalares, duração de internamento, endoleaks, oclusões de ramo, re-intervenções e mortalidade no follow-up.

Resultados: Trataram-se 21 doentes (15-homens): 8 no grupo-1 e 13 no grupo-2. A idade média foi menor no grupo-2 [68 (DP:11) versus 48 (DP:12), p=0.004]. Três doentes tinham conectivopatia. Os doentes do grupo-1 tinham um score ASA maior (p<0,001). No grupo-1 realizaram-se debranching e TEVAR em 2 doentes e em 6 utilizaram-se endopróteses custom-made com fenestrações/ramos. No grupo-2 realizou-se uma interposição na aorta tóracica e em 12 doentes a reconstrução envolveu as artérias viscerais. Em 7 casos utilizou-se a técnica de Crawford com patch visceral e em 3 (com conetivopatia) utilizaram-se próteses ramificadas. Em 5 doentes revascularizaram-se intercostais. A mortalidade hospitalar foi 12% (1 doente) no grupo-1 e 15% (2 doentes) no grupo-2, LogRank=0.9. O tempo de internamento foi maior no grupo-2 (p=0.033), e houve tendência para uma estadia maior nos cuidados intensivos neste grupo. Não houve diferença em isquemia medular, lesão renal aguda ou re-intervenções. Houve mais infeções pós-operatórias no grupo 2 (12% versus 69%, p= 0.017). Durante o follow-up [mediana 15 meses (ΔIQ:55)], não houve mortalidade após a alta. No grupo-1 a taxa de endoleaks foi 14%, sem crescimento do saco aneurismático. A permeabilidade dos ramos durante o follow-up foi 100% no grupo-1 e 95% no grupo-2, LogRank=0.3.

Conclusão: A cirurgia endovascular e aberta de AATA-PD permitiu tratar uma grande variedade de doentes nesta coorte. Os doentes tratados por via endovascular foram mais velhos e com maior risco mas sem repercussão nos outcomes. A cirurgia aberta associou-se a internamento mais longo e mais complicações pós-operatórias.

 

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Publicado

2021-03-05

Como Citar

1.
Gouveia e Melo R, Campos J, Garrido P, Lopes A, Fernandes e Fernandes R, Silvestre L, Sobrinho G, Ministro A, Amorim P, Moutinho M, Martins C, Nobre Ângelo, Fernandes e Fernandes J, Mendes Pedro L. ANEURISMAS TÓRACO-ABDOMINAIS APÓS DISSECÇÃO AÓRTICA: RESULTADOS DO TRATAMENTO ABERTO E ENDOVASCULAR. Angiol Cir Vasc [Internet]. 5 de Março de 2021 [citado 23 de Novembro de 2024];16(4):275-84. Disponível em: https://acvjournal.com/index.php/acv/article/view/334

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