INFEÇÃO DE PRÓTESE AÓRTICA: UMA SOLUÇÃO HÍBRIDA E ESTADIADA

Autores

  • Tony R. Soares Department of Vascular Surgery, Hospital Santa Maria, Lisbon, Portugal; Lisbon Academic Medical Centre, Lisbon, Portugal
  • Pedro Amorim Department of Vascular Surgery, Hospital Santa Maria, Lisbon, Portugal; Lisbon Academic Medical Centre, Lisbon, Portugal
  • Viviana Manuel Department of Vascular Surgery, Hospital Santa Maria, Lisbon, Portugal; Lisbon Academic Medical Centre, Lisbon, Portugal
  • Carlos Martins Department of Vascular Surgery, Hospital Santa Maria, Lisbon, Portugal; Lisbon Academic Medical Centre, Lisbon, Portugal
  • Pedro Martins Department of Vascular Surgery, Hospital Santa Maria, Lisbon, Portugal; Lisbon Academic Medical Centre, Lisbon, Portugal
  • Luís Mendes Pedro Department of Vascular Surgery, Hospital Santa Maria, Lisbon, Portugal; Lisbon Academic Medical Centre, Lisbon, Portugal; University of Lisbon, Lisbon, Portugal

DOI:

https://doi.org/10.48750/acv.249

Palavras-chave:

infeção protésica, bypass aorto-bifemoral, doença arterial periférica, bypass visceral, cirurgia bíbrida

Resumo

A infeção de prótese aórtica é uma condição clínica potencialmente fatal e um desafio terapêutico para qualquer cirurgião vascular. Os autores relatam o caso de uma infeção de prótese aórtica complexa abordada com uma estratégia híbrida e faseada.
Um paciente do sexo masculino, de 51 anos de idade, foi admitido no nosso serviço com o diagnóstico de falso-aneurisma da anastomose femoral esquerda e sinais inflamatórios na região femoral contralateral. Trata-se de um doente submetido há 5 anos a uma interposição aorto-bifemoral com um bypass para a artéria mesentérica superior (AMS) por doença oclusiva aorto-ilíaca, e recentemente tratado por cirurgia aberta a um falso-aneurisma na anastomose femoral direita. A investigação diagnóstica iniciada neste internamento (angio-CT e PET-Scan) confirmou a infeção do enxerto aorto-bifemoral. Uma abordagem híbrida com três tempos operatórios foi então planeada. Na primeira etapa, foi construído um bypass axilofemoral esquerdo, a contornar a área infetada, com laqueação do ramo esquerdo do enxerto aorto-bifemoral. Duas semanas depois, o paciente foi submetido à recanalização endovascular da AMS com implantação de um stent autoexpansível e à construção de um bypass axilofemoral direito com a respetiva laqueação do ramo protésico infetado. Uma semana depois, é feita a exclusão da anastomose proximal do
bypass visceral com implantação de um stent coberto na AMS. No mesmo tempo operatório, o doente é submetido a laparotomia para excisão completa do material protésico infetado, com subsequente laqueação aórtica. O paciente recebeu alta nas três semanas seguintes com antibioterapia oral. A tomografia computadorizada pós-operatória confirmou a permeabilidade da AMS, de ambas as artérias renais, bem como dos bypasses extra-anatómicos, com aparente resolução da infeção intra-abdominal.
O caso relatado é bastante incomum e representa um desafio devido à presença de um bypass da AMS associado a uma infeção protésica. A recanalização endovascular da AMS possibilitou a excisão total dos enxertos abdominais infetados.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

1. Berger, P. et al. Cumulative incidence of graft infection after primary prosthetic aortic reconstruction in the endovascular era. Eur. J. Vasc. Endovasc. Surg. 49, 581–585 (2015).
2. Shiraev, T. et al. Incidence, management and outcomes of aortic graft infection.R1 Aortic graft infection. Ann. Vasc. Surg. (2019). doi:10.1016/j.avsg.2019.01.027
3. Oderich, G. S. et al. Evolution from axillofemoral to in situ prosthetic reconstruction for the treatment of aortic graft infections at a single center. J. Vasc. Surg. 43, 1166–1174 (2006).
4. Heinola, I. et al. Editor’s Choice – Treatment of Aortic Prosthesis Infections by Graft Removal and In Situ Replacement with Autologous Femoral Veins and Fascial Strengthening. Eur. J. Vasc. Endovasc. Surg. 51, 232–239 (2016).
5. Kilic, A. et al. Management of infected vascular grafts. Vasc. Med. 21, 53–60 (2016).
6. Seeger, J. M. et al. Long-term outcome after treatment of aortic graft infection with staged extra-anatomic bypass grafting and aortic graft removal. J. Vasc. Surg. 32, 451–461 (2000).
7. Sharp, W. J. et al. The management of the infected aortic prosthesis: A current decade of experience. J. Vasc. Surg. 19, 844–850 (1994).
8. Yeager, R. A. et al. Improved results with conventional management of infrarenal aortic infection. J. Vasc. Surg. 30, 76–83 (1999).
9. Oderich, G. S. et al. In situ rifampin-soaked grafts with omental coverage and antibiotic suppression are durable with low reinfection rates in patients with aortic graft enteric erosion or fistula. J. Vasc. Surg. 53, 99-107.e7 (2011).
10. FitzGerald, S. F., Kelly, C. & Humphreys, H. Diagnosis and treatment of prosthetic aortic graft infections: confusion and inconsistency in the absence of evidence or consensus. J. Antimicrob. Chemother. 56, 996–999 (2005).
11. Calligaro, K. D., Veith, F. J., Yuan, J. G., Gargiulo, N. J. & Dougherty, M. J. Intra-abdominal aortic graft infection: complete or partial graft preservation in patients at very high risk. J. Vasc. Surg. 38, 1199–1204 (2003).
12. Morris, G. E. et al. Antibiotic irrigation and conservative surgery for major aortic graft infection. J. Vasc. Surg. 20, 88–95 (1994).
13. Lyons, O. T. A. et al. A 14-year Experience with Aortic Endograft Infection: Management and Results. Eur. J. Vasc. Endovasc. Surg. 46, 306–313 (2013).
14. Pistolese, G. R., Ippoliti, A., Tuccimei, I. & Lorido, A. Conservative treatment of aortic graft infection. Eur. J. Vasc. Endovasc. Surg. 14, 47–52 (1997).
15. O’Connor, S., Andrew, P., Batt, M. & Becquemin, J. P. A systematic review and meta-analysis of treatments for aortic graft infection. J. Vasc. Surg. 44, (2006).

Downloads

Publicado

2019-10-16

Como Citar

1.
Soares TR, Amorim P, Manuel V, Martins C, Martins P, Mendes Pedro L. INFEÇÃO DE PRÓTESE AÓRTICA: UMA SOLUÇÃO HÍBRIDA E ESTADIADA. Angiol Cir Vasc [Internet]. 16 de Outubro de 2019 [citado 24 de Novembro de 2024];15(2):119-23. Disponível em: https://acvjournal.com/index.php/acv/article/view/249

Edição

Secção

Caso Clínico

Artigos Similares

Também poderá iniciar uma pesquisa avançada de similaridade para este artigo.