EVAR STANDARD EM COLOS LARGOS — SOLUÇÃO RAZOÁVEL?
DOI:
https://doi.org/10.48750/acv.235Palavras-chave:
Correção endovascular de aneurisma da Aorta Abdominal, Diâmetro do colo, ComplicaçõesResumo
Introdução: A reparação endovascular de aneurismas da aorta abdominal (EVAR) tem vindo a expandir-se para anatomias progressivamente mais complexas. A morfologia do colo proximal representa o maior determinante da durabilidade do EVAR, sendo o diâmetro uma das características que mais influencia a selagem proximal ao longo do tempo.
Métodos: Foi realizada uma pesquisa nas bases de dados MEDLINE no sentido de identificar publicações focadas na relação entre o diâmetro do colo aórtico e a incidência de complicações relacionadas com o aneurisma.
Resultados: Seis estudos foram incluídos nesta revisão, contemplando 6602 doentes: 1616 com colos largos e 4986 com colos pequenos. Cinco estudos, incluindo 6446 doentes reportaram taxas mais altas de endoleaks 1 A em pacientes com colos largos com hazard/odds ratios a variarem entre 2.3–4.1. Um estudo relatou um maior risco de rotura pós-implante em pacientes com colos proximais >30mm (HR, 5.1; 95% CI, 1.4–19.2). Quatro estudos investigaram a relação entre o diâmetro dos colos proximais e a mortalidade relacionada com AAA, mas nenhuma associação foi verificada. A sobrevida global reduzida em doentes com colos mais largos foi descrita em quarto estudos (sobrevida a longo prazo variou entre 61.6 e 68% para doentes com AAA com colos largos e 75–90 % nos doentes com AAA com colos mais estreitos). Esta diferença relacionou-se sobretudo com mortalidade de causa cardiovascular.
Conclusão: A evidência disponível relativamente a este tópico sugere que doentes com colos proximais mais largos se associam a maior risco de endoleak tipo 1A, rotura pós-implante e mortalidade global. Assim, este subgrupo de doentes deve ser considerado como tendo um risco superior para EVAR e isso ser tomado em conta aquando do processo de decisão. É possível que estes doentes beneficiem de estratégias endovasculares que permitam aumentar a zona de selagem proximal, como endopróteses fenestradas ou ramificadas ou técnicas de parallel grafts, consoante as características anatómicas e celeridade com que têm de ser tratados, ou cirurgia aberta, se as o risco anestésico-cirúrgico for favorável. A realçar ainda que este subgrupo de doentes parece beneficiar de um seguimento imagiológico mais regular após tratamento com EVAR standard assim como um tratamento mais agressivo de comorbilidades cardiovasculares.
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