ESPETRO DE APRESENTAÇÃO CLÍNICA DE UMA MALFORMAÇÃO VENOSA RARA: AGENESIA DA VEIA CAVA INFERIOR

Autores

  • Marta Machado Serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular, Centro Hospitalar Vila Nova de Gaia / Espinho, Porto, Portugal
  • Nuno Coelho Serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular, Centro Hospitalar Vila Nova de Gaia / Espinho, Porto, Portugal
  • Pedro Maximiano Serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular, Centro Hospitalar Vila Nova de Gaia / Espinho, Porto, Portugal
  • Carolina Semião Serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular, Centro Hospitalar Vila Nova de Gaia / Espinho, Porto, Portugal
  • João Peixoto Serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular, Centro Hospitalar Vila Nova de Gaia / Espinho, Porto, Portugal
  • Luís Fernandes Serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular, Centro Hospitalar Vila Nova de Gaia / Espinho, Porto, Portugal
  • Pedro Brandão Serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular, Centro Hospitalar Vila Nova de Gaia / Espinho, Porto, Portugal
  • Alexandra Canedo Serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular, Centro Hospitalar Vila Nova de Gaia / Espinho, Porto, Portugal

DOI:

https://doi.org/10.48750/acv.461

Palavras-chave:

Agenesia da Veia Cava Inferior, Trombose venosa profunda, Anomalias vasculares

Resumo

INTRODUÇÃO: A agenesia da veia cava inferior é uma das anomalias mais raras deste vaso, com uma prevalência esti- mada de 0,0005–1% na população geral. Porém, cerca de 5% dos pacientes com menos de 30 anos com uma trombose venosa profunda apresentam esta anomalia.

MÉTODOS E MATERIAL: Relato de dois casos clínicos de agenesia da veia cava inferior com diferentes apresenta- ções clínicas.

CASO CLÍNICO 1: Um homem de 40 anos recorreu à urgência com queixas de edema e dor no membro inferior esquerdo, progredindo gradualmente para incapacidade de marcha. Ao exame físico foi encontrado edema e dor a palpação da perna e coxa, bem como veias colaterais abdominais superficiais proeminentes.
O ecodoppler venoso mostrou trombose venosa profunda esquerda estendendo-se da veia poplítea até a veia ilíaca comum. O angio-TC mostrou agenesia da veia cava infrarrenal e veias renais a drenar para os sistemas ázigos e hemiázigos. O paciente teve alta com rivaroxabano e meias elásticas. Aos 2 meses mantinha-se hipocoagulado e estava assintomático.

CASO CLÍNICO 2: Uma mulher de 35 anos, com história prévia de cirurgia de varizes de membros inferiores recorrentes e úlcera do maléolo interno esquerdo, apresentou-se na consulta com recorrência da úlcera.
O angio-TC revelou ausência de veia cava infra-hepática, veias ázigos e hemiázigos dilatadas com colaterais retro- peritoneais dilatadas.

A paciente iniciou cuidados de penso com óxido de zinco e rivaroxabano oral.

DISCUSSÃO / CONCLUSÃO: A maioria dos pacientes com agenesia da veia cava inferior permanece assintomática. No entanto, quando sintomática, a maioria apresenta-se com uma trombose venosa profunda proximal envolvendo as veias ilíaca e femoral. A TC ou RM devem ser os métodos imagiológicos usados para diagnosticar esta anomalia. Nenhum consenso claro foi alcançado sobre a estratégia terapêutica, além da anticoagulação de longo prazo e uso de meias elásticas.

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Referências

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Publicado

2022-03-02

Como Citar

1.
Machado M, Coelho N, Maximiano P, Semião C, Peixoto J, Fernandes L, Brandão P, Canedo A. ESPETRO DE APRESENTAÇÃO CLÍNICA DE UMA MALFORMAÇÃO VENOSA RARA: AGENESIA DA VEIA CAVA INFERIOR. Angiol Cir Vasc [Internet]. 2 de Março de 2022 [citado 23 de Novembro de 2024];17(4):325-9. Disponível em: https://acvjournal.com/index.php/acv/article/view/461

Edição

Secção

Caso Clínico