NOVOS PARADIGMAS NO TRATAMENTO DAS FERIDAS COMPLEXAS
DOI:
https://doi.org/10.48750/acv.315Palavras-chave:
Tratamento de Ferida ComplexaResumo
Introdução: O tratamento de feridas tem sido uma temática com crescente interesse pelas envolventes que comporta, tanto ao nível físico como psicossocial, pelos custos associados ao tratamento e pelo stress causado na pessoa, na família e no sistema de saúde. A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera esta temática como uma epidemia pela elevada prevalência. Em Portugal, os dados epidemiológicos são limitados mas estima-se que haja 3,3 portadores de ferida por mil habitantes. A presente revisão narrativa tem como objetivo contribuir para clarificar a abordagem ao tratamento da ferida complexa à luz das novas guidelines emitidas pela European Wound Management Association (EWMA).
Material e Métodos: Foi efectuada uma revisão narrativa sobre os aspectos actuais da abordagem à ferida complexa ou de difícil cicatrização, (ferida que não regride em 40–50% da sua dimensão em 4 semanas). Efectuou-se uma pesquisa bibliográfica na Pubmed e nos últimos documentos de consenso elaborados pela EWMA (European Wound Management Association) a qual foi integrada na experiência dos autores no tratamento deste tipo de doentes.
Resultados: A abordagem da ferida complexa deve ser sistemática e sistematizada, em equipa multidisciplinar, mediada por um gestor de ferida, e em centros dedicados ao tratamento da mesma. O portador de ferida deve estar no centro dos cuidados como parceiro o que requer por parte dos profissionais de saúde formação na capacitação da pessoa/família/cuidador. O controlo de infeção associado ao tratamento de feridas deve envolver intervenções simples e pouco onerosas, mas muito importantes, como a higienização das mãos, a utilização de equipamentos de proteção individual dos profissionais e dos utentes e uma boa gestão das salas de tratamento. As terapias mais avançadas baseiam-se em novos princípios e tecnologias ou em novas aplicações de princípios e tecnologias já consolidados e a sua utilização deve ser baseada na evidência. Os algoritmos em saúde são instrumentos de apoio à decisão clínica na presença de situações complexas e apresenta- se uma proposta de algoritmo para o tratamento de ferida complexa.
Conclusão: A abordagem da ferida complexa deve englobar aspectos multifatoriais e a escolha de terapias avançadas deve ser criteriosa tendo em conta o custo.
Downloads
Referências
2. Atkins, L. et al. (2019). Implementing TIMERS: the race against hard-to-heal wounds. J.Wound care. 2019; 28 (3 Suppl 3): S1-S49.
3. Alves, Paulo. (2014). Feridas: Prevalência e custos. Tese apresentada à Universidade Católica Portuguesa para obtenção do grau de doutor em Enfermagem, na especialidade de Enfermagem Avançada. Instituto Ciências da Saúde. Universidade Católica Portuguesa. Consulta da em novembro de 2019 e disponível em: http://repositorio.ucp.pt/bitstream/10400.14/20105/1/Repositorio_UCP_Tese_doutoramento.pdf.
4. Piaggesi, A., 2018.Advanced therapies in wound management:cell and tissue based therapies, physical and bio-physical therapies smart and IT based technologies. J. Wound Care, 27(6), Suppl 6.
5. Menoita, E. 2018. Gestão de feridas complexas. Loures: Lusodidata.
6. Moffatt, V. 2016. Preparação do leito da ferida na prática. Documento de orientação da EWMA. Consultado em 20 Novembro. Disponível em: http://www.gaif.net/sites/default/files/Doc%20EWMA_0.pdf
7. Ousey, K, et al. (2018). Identifying and treating foot ulcers in patients with diabetes:saving feet, legs and lives. J. Wound
Care; 2018; 27 (5 Suppl 5b).
8. Stryja J. 2020. Surgical site infection: preventing and managing surgical site intection across health care sectors. J. Wound Care , 29:2, Suppl 2b, S1 – S69.
9. Yamada K, Abe H, Higashikawa A et al. Evidence-based Care Bundles for Preventing Surgical Site Infections in Spinal Instrumentation Surgery. Spine 2018; 43(24):1765–1773. https://doi.org/10.1097/BRS.0000000000002709
10. Ferrão, A.; Gutierres, M. 2013. Aplicação de fatores de crescimento no tratamento de lesões musculotendinosas,
solução ou ilusão? Consultado em Janeiro 2020. Disponível em: http://www.scielo.mec.pt/scielo.php?script=sci_arttext&
pid=S1646-21222013000300003. Revista Portuguesa de Ortopedia e Traumatologia.Vol. 21, Fasciculo III.
11. Lacerda, D. 2016. Plasma Rico em Plaquetas: Alternativa terapêutica em tendinopatias Crónicas. Consultada em Janeiro 2020. Disponível em: https://repositorio.ul.pt/handle/10451/26554. Universidade de Lisboa, Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa.
12. Apelqvist, J. 2017.Negative Pressure Wound Therapie – overview, challenges and perspectives.J. Wound Care, 26:3, Suppl 3, S 1 – S 113.
13. Schaper, N; Netten, J.; Alpelqvist, J,; Bus, S.; Hinchliffe, R .; Lipsky, B. 2019. International Working Group on the Diabetic Foot (IWGDF) Guidelines on the prevention and management of diabetic foot disease. Consultado em Dezembro 2019. Disponível em: https://iwgdfguidelines.org/guidelines/guidelines.
14. Moura, A.; Malcato, E.; Gonçalves; V, Alves, P. 2018. Terapia por pressão Negativa na Prevenção e Tratamento da ferida Complexa. Associação Portuguesa de Tratamento de feridas. ISBN:978-989-20-9012-2.
15. Gottrup,F. 2017.Use of oxigen therapies in wound healing, with special focus on topical and hyperbaric oxygen treatment. J. Wound Care, 26(5), Suppl. S1 – S42.
16. Turns, M. (2013). The Diabetic foot: an overview for community nurses. British Journal of Community Nursing. Vol. 17, nº 19.Pp 422 -433.Wuthrich, J. et a l. (2017). Recognition of wound care centres in Switzerland. EWMA Journal, vol. 18 nº 2.
17. Ramos, P. et al. (2018). Decisão clínica no desbridamento de feridas. APTF. ISBN 978-989-20-8936-2.
18. Bazalinski, D., 2019.Effectiveness of Chronic Wound Debridment with the Use of larvae of Lucilia Sericata. Journal of Clinical Mediicine, 8, 1845; doi:10.339/jcm8111845.
19. Polit, D. Beck, C. (2019). Fundamentos de Pesquisa em Enfermagem Avaliação de evidências para a prática de Enfermagem. Porto Alegre: 2019. Artmed editor, 9ª edição. Pp 431.ISBN 978-85-8271-489-8.
20. Wuthrich,J. et al. 2017. Recognition of wound care centres in Switzerland. EWMA Journal, vol. 18 nº2.
21. Direção Geral da Saúde. Orientação 003/2011 de 21/01/2011, Organização dos Cuidados, prevenção e tratamento do Pé Diabético.
22. Silva, R, Fernandes, F. (2019).Wound Navigator Profiling: Scoping Review. Rev. Gaúcha de Enferm. 40:e 20180421. doi: https://doi.org/10.1590/1983–1447.2019.20180421.
23. Brown MS, et al. 2018.Wearable Technology for Chronic Wound Monitoring: Current Dressings, Advancements, and Future Prospects. Consultado em janeiro 2019. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29755977. Front Bioeng Biotechnol. Apr 26;6:47. doi: 10.3389/fbioe.2018.00047.
24. Pott, F. et al. (2013). Algoritmo de prevenção e tratamento de úlcera de pressão. Cogitare Enfermagem.2013. Abr/Jun;
18 (2): 238–44.