EXPANDIR O TRATAMENTO DOS ANEURISMAS DA AORTA ABDOMINAL INFRA-RENAL AOS NONAGENÁRIOS: O PAPEL DO TRATAMENTO ENDOVASCULAR
DOI:
https://doi.org/10.48750/acv.186Palavras-chave:
EVAR, aneurisma aorta abdominal, nonagenáriosResumo
Introdução: A idade avançada afeta negativamente os resultados do tratamento dos aneurismas da aorta abdominal (AAA). Atualmente, os procedimentos endovasculares permitem o tratamento de doentes idosos incapazes de suportar uma intervenção cirúrgica por via aberta.
Objetivos: Apresentar a experiência no tratamento endovascular dos aneurismas da aorta abdominal (EVAR) em doentes nonagenários.
Métodos: Realizou-se uma revisão retrospetiva, na nossa base de dados prospetiva de aneurismas, de todos os doentes com idade >90 anos submetidos a EVAR, na nossa instituição, num período de 12 anos. Foram estudadas as comorbilidades dos doentes, o estado funcional, o tamanho do aneurisma, as complicações peri-operatórias, as endofugas, as reintervenções e a sobrevivência a longo prazo.
Resultados: Dos 171 EVAR realizados, 3 (1,75%) foram em nonagenários (3 homens; idade média 91.3±1.25 anos). O diâmetro médio dos aneurismas foi 8.2±1.68 cm e a mediana 8.1 cm (6.2–10.3 cm). A média do número de comorbilidades por doente foi 1.7. A taxa de sucesso técnico foi de 100%. A duração média do internamento foi 4.3±0.47 dias e a mediana 4 dias (4–5 dias). A mortalidade aos 30 dias foi de 0%. Os períodos de seguimento/sobrevivência médios foram de 28 meses. Não se verificaram complicações e todos os doentes retornaram ao seu estado funcional prévio. Nos estudos imagiológicos de seguimento não foram identificadas endofugas.
Conclusões: Mostrámos, num pequeno grupo cuidadosamente selecionado de doentes nonagenários, que o EVAR se encontra associado a bons resultados. Na nossa opinião, o EVAR é a melhor opção para o tratamento dos AAA em nonagenários com um bom estado funcional.
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