ANEURISMAS ARTERIAIS SISTÉMICOS NA DOENÇA DE KAWASAKI
DOI:
https://doi.org/10.48750/acv.154Palavras-chave:
Doença de Kawasaki, vasculite de pequenos e médios vasos, aneurismas arteriais sistémicos, aneurismas periféricosResumo
Introdução: A Doença de Kawasaki (DK) é uma vasculite de pequenos e médios vasos, autolimitada e de causa indeterminada. Frequentemente acomete crianças até aos 5 anos de idade. Para além do atingimento coronário, alterações aneurismáticas podem ocorrer concomitantemente noutros territórios. Contudo, aneurismas sistémicos são descritos em menos de 2% dos casos, sendo por isso escaço o conhecimento que temos acerca da sua distribuição anatómica, evolução e outcome. Realizámos uma revisão sistemática da literatura acerca dos aneurismas arteriais sistémicos associados à DK (AAS-DK).
Métodos: revisão sistemática da literatura, através da base de dados MEDLINE
Resultados: foram selecionados 9 artigos, correspondendo a um total de 38 doentes e 134 AAS-KD. Os segmentos arteriais mais acometidos foram a artéria umeral (29.8%), a artéria ilíaca interna (18,6%) e comum (16,4%) e a artéria subclávia (11,2%). O envolvimento de eixos arteriais de forma simétrica e a história de envolvimento coronário concomitante foi constatado em quase todos os doentes. Apenas 5 dos AAS-DK (3,7%) careceram de intervenção (cirúrgica convencional ou endovascular), 3 dos quais nos casos de apresentação tardia. O tratamento médico isolado associou-se regressão dos aneurismas em quase
metade dos casos, sendo mais efetivo quando instituído precocemente. Os doentes mais novos e com formas mais agressivas da doença tiveram maiores taxas de morbimortalidade, sendo o prognóstico ditado pelas sequelas cardíacas.
Conclusões: Tendo em conta a sua raridade, apenas a realização de estudos multicêntricos e revisões da literatura poderão fornecer mais dados que permitam inferior acerca do tratamento e outcome dos AAS-DK. A apresentação tardia de um AAS-DK pode trazer alguns desafios quer em termos diagnósticos, quer em termos terapêuticos tendo em conta uma mais provável necessidade de intervenção, uma vez ultrapassado o timming para o tratamento médico.
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