REVASCULARIZAÇÃO CONVENCIONAL ULTRA-DISTAL NA ISQUEMIA CRÍTICA

A ÚLTIMA FRONTEIRA

Autores

  • Gonçalo Cabral Serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular, Hospital Beatriz Ângelo, Loures
  • Tiago Silva Costa Serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular, Hospital Beatriz Ângelo, Loures
  • José Manuel Tiago Serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular, Hospital Beatriz Ângelo, Loures
  • José Luis Gimenez Serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular, Hospital Beatriz Ângelo, Loures
  • Diogo Cunha e Sá Serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular, Hospital Beatriz Ângelo, Loures

DOI:

https://doi.org/10.48750/acv.66

Palavras-chave:

Complicações vasculares diabéticas, Diabetes Mellitus, Isquemia dos membros inferiores, Procedimentos cirúrgicos vasculares

Resumo

Introdução: A cirurgia convencional de revascularização ultra-distal continua a ser pouco utilizada pela maioria dos cirurgiões vasculares. No entanto, os escassos estudos publicados mostram resultados muito favoráveis em termos de sobrevida e salvação de membro.

Objetivos: Avaliar os resultados da cirurgia convencional de revascularização ultra-distal em doentes com isquemia crítica grau IV (estadios 5 e 6 da classificação de Rutherford); analisar os detalhes técnicos e de decisão cirúrgica que influenciam os resultados obtidos.

Material e métodos: Estudo retrospetivo, envolvendo todos os doentes admitidos nesta instituição com isquemia crítica nos estadios 5 e 6 da classificação de Rutherford, submetidos a cirurgia convencional de revascularização ultra-distal. Foi considerado critério de inclusão a cirurgia de bypass às artérias plantares comum, interna ou externa e à artéria pediosa. Foi avaliada a mortalidade, taxa de preservação de membro, sobrevida livre de amputação major e permeabilidade da revascularização, por intermédio de curvas de Kaplan-Meier.

Resultados: Entre Abril de 2012 e Março de 2016, 41 doentes (34 homens e 7 mulheres) com uma média de idades de 69.1 anos, foram submetidos a 50 procedimentos de revascularização ultra-distal, 35 dos quais à artéria pediosa, 10 a artérias plantares e 5 a procedimentos de resgate de failing graft. Em 84% das revascularizações (n=42) utilizou-se substituto venoso autólogo, sendo os restantes bypass compostos de PTFE e veia (n=8). O follow-up médio foi de 20.8 meses (2-47 meses). Não registámos qualquer mortalidade aos 30 dias e durante o follow-up a mortalidade global foi 7.3% (n=3). Ocorreram 9 oclusões das revascularizações (2 precoces e 7 tardias) e 5 amputações major. A permeabilidade primária foi de 78% e a permeabilidade primária assistida de 82%. A taxa de preservação de membro foi de 88.9% e, no final do follow-up, a sobrevida livre de amputação foi de 66%.

Conclusões: Os resultados demonstram que, em centros especializados e com elevado volume, esta técnica é muito eficaz na salvação de membros em isquemia crítica nos estadios 5 e 6 da classificação de Rutherford. Estes procedimentos devem ser tomados em consideração na ausência de outros vasos pontáveis ou como resgate, em membros já submetidos a procedimentos de revascularização prévios.

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Referências

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Publicado

2018-06-07

Como Citar

1.
Cabral G, Costa TS, Tiago JM, Gimenez JL, Cunha e Sá D. REVASCULARIZAÇÃO CONVENCIONAL ULTRA-DISTAL NA ISQUEMIA CRÍTICA: A ÚLTIMA FRONTEIRA. Angiol Cir Vasc [Internet]. 7 de Junho de 2018 [citado 24 de Novembro de 2024];14(2):93-8. Disponível em: https://acvjournal.com/index.php/acv/article/view/66

Edição

Secção

Artigo Original