DOENÇA ANEURISMÁTICA E OCLUSIVA MULTISSECTORIAL: ABORDAGEM HÍBRIDA ESTADIADA COMO SOLUÇÃO PARA UM PESADELO
DOI:
https://doi.org/10.48750/acv.362Palavras-chave:
Aneurismas ilíacos, Doença oclusiva ílio-femoral grave, Isquemia crítica de membro, Tratamento endovascular, Intervenção híbridaResumo
Introdução: A doença oclusiva íliofemoral TASC C e D pode limitar o tratamento endovascular de aneurismas aortoilíacos. Em doentes de alto risco cirúrgico, intervenções híbridas sequenciais e inventivas podem ser a resposta para alcançar o tratamento definitivo.
Caso clínico: Um doente do sexo masculino de 68 anos, com múltiplas comorbidades, apresentou-se na consulta externa com ocorrência simultânea de aneurismas ilíacos comuns bilaterais e doença oclusiva ílio-femoral grave associada a isquemia crítica do membro inferior direito. Tendo em vista a exclusão dos aneurismas ilíacos, a preservação do fluxo pélvico e revascularização do membro ameaçado, optamos por uma intervenção híbrida em três estádios. Primeiro, começamos com uma angioplastia ilíaca externa direita associada endarterectomia femoral ipsilateral tendo em vista a criação de um acesso arterial adequado. Numa segunda intervenção, implantamos uma endoprótese aortoilíaca bifurcada por este acesso. Para prevenir a isquemia pélvica, o fluxo do ramo contralateral foi direcionado para a artéria ilíaca interna esquerda com uma combinação de stents revestidos autoexpansíveis e expansíveis por balão. Finalmente, com um bypass femoro-tibial posterior completámos a revascularização do membro. Aos 1,5 anos de seguimento, não verificamos nenhuma complicação e o doente permanece assintomático.
Conclusão: Em doente com condições médicas desfavoráveis e aneurismas aortoilíacos associados a doença oclusiva aorto-ilíaca complexa uma abordagem híbrida estadiada como a descrita pode ser uma alternativa viável, com boa durabilidade e associada excelentes resultados clínicos.
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