ESTENDER O LIMIAR PARA SALVAR O MEMBRO, UMA ABORDAGEM MULTIDISCIPLINAR

Autores

  • Ricardo Castro-Ferreira Serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular, Centro Hospitalar de São João, Porto, Portugal; Departamento de Cirurgia e Fisiologia, Unidade de Investigação Cardiovascular, Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, Portugal
  • Paulo Gonçalves Dias Serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular, Centro Hospitalar de São João, Porto, Portugal
  • Pedro Ferreira Serviço de Cirurgia Plástica, Reconstrutiva e Maxilo Facial, Centro Hospitalar de São João, Porto, Portugal
  • José Braga Serviço de Cirurgia Plástica, Reconstrutiva e Maxilo Facial, Centro Hospitalar de São João, Porto, Portugal
  • Sérgio Moreira Sampaio Serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular, Centro Hospitalar de São João, Porto, Portugal
  • José Fernando Teixeira Serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular, Centro Hospitalar de São João, Porto, Portugal

DOI:

https://doi.org/10.48750/acv.33

Palavras-chave:

Cirurgia Plástica, Doença arterial periférica, Abordagem Multidisciplinar

Resumo

Caso clínico: Homem indigente, 48 anos, com antecedentes de tabagismo e etilismo crónico. Encaminhado ao SU um mês após queda com traumatismo do MIE. Ao EO apresentava extensa úlcera (25x15cm) na face antero-medial da perna esquerda, com tecido desvitalizado e sinais de infeção no leito, bem como exposição óssea significativa da diáfise da tíbia. Sem pulso femoral no membro esquerdo. O caso foi discutido com equipa de SU de cirurgia plástica tendo sido decidido internar o doente para posterior abordagem multidisciplinar.

Angiografia diagnóstica demonstrou oclusão da artéria ilíaca externa e da artéria femoral superficial esquerdas. Procedeu-se à realização de bypass aorto-bifemoral com prolongamento à artéria poplítea supra-articular com veia grande safena. Cumpriu antibioterapia EV de largo espectro e cuidados de penso com hipoclorito e  soro fisiológico, seguido de limpeza cirúrgica da ferida. Posteriormente, realizou-se plastia do defeito com retalho livre de músculo grande dorsal, seguido de enxerto de pele parcial. Alta após 10 dias. Atualmente doente assintomático, com cicatrização total da lesão.

Conclusão:  Em casos extremos, mesmo após revascularização eficaz, o grau de lesão tecidual pode não ser compatível com um processo de cicatrização favorável. Nestes casos, uma abordagem multidisciplinar constitui a única via para evitar a amputação. Este caso é um exemplo paradigmático onde a avaliação e intervenção conjuntas por cirurgia vascular e cirurgia plástica foram decisivas para salvar o membro de um homem de 48 anos.

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Publicado

2018-12-02

Como Citar

1.
Castro-Ferreira R, Gonçalves Dias P, Ferreira P, Braga J, Moreira Sampaio S, Fernando Teixeira J. ESTENDER O LIMIAR PARA SALVAR O MEMBRO, UMA ABORDAGEM MULTIDISCIPLINAR. Angiol Cir Vasc [Internet]. 2 de Dezembro de 2018 [citado 24 de Novembro de 2024];14(1):68-71. Disponível em: https://acvjournal.com/index.php/acv/article/view/33

Edição

Secção

Caso Clínico