SMART GLASSES: O SEU PAPEL NA REDUÇÃO DO RISCO ERGONÓMICO NA SALA DE ANGIOGRAFIA

Autores

  • Carlos Veiga Serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular, Centro Hospitalar Universitário do Porto
  • Luis Loureiro Serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular, Centro Hospitalar Universitário do Porto; Grupo de Estudos Vasculares (GEV), Portugal
  • Gabriela Teixeira Serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular, Centro Hospitalar Universitário do Porto; Grupo de Estudos Vasculares (GEV), Portugal
  • Ines Antunes Serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular, Centro Hospitalar Universitário do Porto; Grupo de Estudos Vasculares (GEV), Portugal
  • Daniel Mendes Serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular, Centro Hospitalar Universitário do Porto; Grupo de Estudos Vasculares (GEV), Portugal
  • Paulo Almeida Serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular, Centro Hospitalar Universitário do Porto; Grupo de Estudos Vasculares (GEV), Portugal
  • Carolina Vaz Serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular, Centro Hospitalar Universitário do Porto, Portugal
  • Rui Almeida Serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular, Centro Hospitalar Universitário do Porto, Portugal
  • António Norton de Matos Grupo de Estudos Vasculares (GEV), Portugal

DOI:

https://doi.org/10.48750/acv.252

Palavras-chave:

Ergonomia, Smart Glasses, Radiologia de Intervenção, Angiografia

Resumo

Introdução: O stress ergonómico associado à execução procedimentos endovasculares leva o cirurgião vascular a assumir frequentemente um conjunto de posturas e movimentos para controlo imagiológico do procedimento. Isto condiciona um aumento do risco a longo termo de desenvolvimento de patologia músculo-esquelética. A utilização de smart glasses (óculos inteligentes) poderá ter um papel na redução deste risco, permitindo ao profissional controlar o procedimento sem necessidade de reposicionamento constante. Através da aplicação do questionário Quick Exposure Check (QEC), compa- ramos o risco ergonómico durante a realização de procedimentos endovasculares com e sem a utilização de smart glasses.

Métodos: O QEC foi aplicado por um observador externo durante a realização de procedimentos endovasculares com e sem a utilização de smart glasses Epson Moverio BT-35E®. Os dois grupos de procedimentos foram comparados relativamente ao score total no QEC e aos scores parciais que avaliam o risco relativo a diferentes segmentos anatómicos (coluna cervical, coluna lombar, ombro/braço e punho/mão). Os scores parciais de auto-percepção de stress e de ritmo de trabalho, avaliados pelo profissional, foram também comparados.

Resultados: O QEC foi aplicado a um total de 12 procedimentos. Os procedimentos com utilização de smart glasses (n=6) obtiveram um score total médio significativamente mais baixo no QEC (83.7 – risco ergonómico baixo), comparativamente aos procedimentos sem utilização de smart glasses (108.3 – risco ergonómico moderado; p=0.009). Os scores parciais médios relativos à coluna cervical e lombar foram também significativamente mais baixos neste grupo (lombar: 11.3 vs 18; p=0.002) (cervical: 18 vs 26.7; p=0.002). Não se encontraram diferenças estatisticamente significativas para os scores parciais médios relativos ao ombro/braço e punho/mão, nem para os scores parciais médios de auto-percepção de stress e de ritmo de trabalho.

Conclusão: A utilização de smart glasses durante a cirurgia endovascular mostrou reduzir o risco ergonómico, avaliado pela escala QEC, de moderado para baixo. Esta redução traduz-se principalmente numa diminuição do risco de patologia músculo-esquelética a nível da coluna e do pescoço.

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Referências

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Publicado

2019-12-27

Como Citar

1.
Veiga C, Loureiro L, Teixeira G, Antunes I, Mendes D, Almeida P, Vaz C, Almeida R, Norton de Matos A. SMART GLASSES: O SEU PAPEL NA REDUÇÃO DO RISCO ERGONÓMICO NA SALA DE ANGIOGRAFIA. Angiol Cir Vasc [Internet]. 27 de Dezembro de 2019 [citado 24 de Novembro de 2024];15(3):177-80. Disponível em: https://acvjournal.com/index.php/acv/article/view/252

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