DIMENSÃO DO SACO ANEURISMÁTICO COMO PREDITOR DE COMPLICAÇÕES APÓS O EVAR
DOI:
https://doi.org/10.48750/acv.234Palavras-chave:
Correção endovascular de aneurisma da aorta abdominal, Saco aneurismático, Diâmetro, ResultadoResumo
Introdução: O EVAR corresponde atualmente ao principal método para correção de aneurismas da aorta abdominal. Contudo, a consciência acerca dos limites desta técnica revela-se essencial, para minimizar a ocorrência de complicações futuras. As características anatómicas do aneurisma constituem-se como os principais fatores de risco conhecidos para as complicações após EVAR. O diâmetro do saco aneurismático tem sido descrito como um fator de risco relevante para complicações futuras. Os autores têm como objetivo rever a literatura disponível que analisa a associação entre o diâmetro aneurismático e o surgimento de complicações após EVAR.
Métodos: Bases de dados MEDLINE foram pesquisadas no sentido de identificar publicações que contemplassem informação específica sobre a relação do diâmetro do saco aneurismático e o surgimento de complicações após EVAR. Foram apenas considerados artigos em língua Inglesa entre os anos 2003 e 2019. O endpoint primário foi a ausência de eventos relacionados com o aneurisma.
Resultados: Cinco estudos foram incluídos no artigo, reportando resultados de 8443 doentes. Em dois dos estudos incluídos, é reportado um risco aumentado de complicações relacionadas com o aneurisma (HR 1.02 per mm de aumento do saco CI95% 1.01–1.04 e HR 1.8 95% CI, 1.20–2.72; P = .005). Dois estudos reportam um risco mais alto de rotura pós-implante e de conversão para cirurgia aberta em aneurismas com diâmetros superiores a 60mm. Por fim, um estudo reporta maior risco de complicações relacionadas com o colo em aneurismas com diâmetro > 65mm. [HR: 6.4 (2.3–17.7)].
Conclusão: O diâmetro do saco aneurismático representa um fator de risco relevante para complicações futuras. Contudo, não esta esclarecido se esta relação se deve a uma anatomia mais hostil em aneurismas maiores ou ao espaço livre de trombo dentro do saco. Uma correta e individualizada escolha da técnica assim como um seguimento imagiológico ajustado à anatomia pré-operatória é aconselhada neste subgrupo de doentes.
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