LESÃO IATROGÉNICA DA ARTÉRIA SUBCLÁVIA TRATADA PERCUTANEAMENTE COM DISPOSITIVO DE ENCERRAMENTO ARTERIAL

Autores

  • Inês Antunes Serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular, Centro Hospitalar do Porto, Porto, Portugal
  • Carlos Pereira Serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular, Centro Hospitalar do Porto, Porto, Portugal
  • Gabriela Teixeira Serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular, Centro Hospitalar do Porto, Porto, Portugal
  • Carlos Veiga Serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular, Centro Hospitalar do Porto, Porto, Portugal
  • Daniel Mendes Serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular, Centro Hospitalar do Porto, Porto, Portugal
  • Carlos Veterano Serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular, Centro Hospitalar do Porto, Porto, Portugal
  • Henrique Rocha Serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular, Centro Hospitalar do Porto, Porto, Portugal
  • João Castro Serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular, Centro Hospitalar do Porto, Porto, Portugal
  • Rui Almeida Serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular, Centro Hospitalar do Porto, Porto, Portugal

DOI:

https://doi.org/10.48750/acv.228

Palavras-chave:

Cateter Venoso Central, lesão iatrogénica, lesão da artéria subclávia, dispositivo encerramento arterial percutâneo

Resumo

Introdução: A punção arterial subclávia é uma complicação relativamente frequente da tentativa de colocação de cateteres venosos centrais (CVC). A colocação de um CVC na artéria é mais rara, mas com potenciais complicações graves sobretudo na sua retirada. O controle da potencial hemorragia na retirada do CVC é habitualmente realizado por abordagem cirúrgica ou por via endovascular com libertação de endoprótese. O nosso objetivo é apresentar o tratamento com recurso a dispositivo de encerramento arterial percutâneo. 

Materiais/Métodos: Apresentação de um caso clínico de um CVC colocado na artéria subclávia tratado com dispositivo de encerramento arterial percutâneo. 

Resultados: Homem de 51 anos internado por enfarte agudo do miocárdio. No primeiro dia de internamento foi tentada a introdução de um CVC na veia subclávia direita. Perante a suspeita de posição intra-arterial foi realizada angio TAC que demonstrou que o CVC havia sido introduzido na artéria subclávia com ponto de entrada proximal à passagem sob a clavícula e com trajeto até ao tronco braquiocefálico. Foi iniciada hipocoagulação com HNF dado o risco de trombose pericateter e embolização. Foi planeada a utilização de dispositivo de encerramento arterial percutâneo Perclose ProGlide® utilizando o trajeto do CVC. Como dificuldades previsíveis para essa opção estava o longo trajeto do CVC até ao ponto de entrada arterial, levantando questões de alcance do mecanismo de sutura do dispositivo e da progressão dos nós nesse trajeto. Sob controlo fluoroscópico foi colocado retrogradamente um balão intra-arterial para controle temporário de hemorragia em caso de insucesso com o ProGlide®; nesse caso o procedimento seria completado com endoprótese recoberta. A artéria subclávia tinha um diâmetro de 12mm, e era ipsilateral a uma FAV úmero cefálica pelo que se optou por puncionar retrogradamente a FAV e progredir o balão para a artéria subclávia. Foi então colocado fio guia rígido pelo CVC, este foi retirado e libertaram-se dois dispositivos de encerramento Proglide® (posicionados às 22h e 14h). Constatou-se a resolução completa da hemorragia clinica e imagiologicamente. 

Discussão/Conclusões: A colocação de CVC na artéria subclávia é uma complicação potencialmente grave uma vez que a sua remoção pode ser complicada com hemorragia de difícil resolução. Dependendo do ponto de entrada, podem ainda haver complexidades adicionais pela proximidade das artérias vertebral e carótida. Neste caso deixamos em aberto várias hipóteses de recurso (endovascular e em último caso cirúrgico) mas a nossa preferência foi ad initium a introdução percutânea de dispositivo de encerramento dadas a exequibilidade, simplicidade, menor agressividade, não interferência com o óstio da vertebral, e também menor custo comparado com uma endoprótese recoberta. 

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Biografia Autor

Inês Antunes, Serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular, Centro Hospitalar do Porto, Porto, Portugal

ines_edd@hotmail.com

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Publicado

2020-12-13

Como Citar

1.
Antunes I, Pereira C, Teixeira G, Veiga C, Mendes D, Veterano C, Rocha H, Castro J, Almeida R. LESÃO IATROGÉNICA DA ARTÉRIA SUBCLÁVIA TRATADA PERCUTANEAMENTE COM DISPOSITIVO DE ENCERRAMENTO ARTERIAL. Angiol Cir Vasc [Internet]. 13 de Dezembro de 2020 [citado 23 de Novembro de 2024];16(3):186-90. Disponível em: https://acvjournal.com/index.php/acv/article/view/228

Edição

Secção

Caso Clínico