PLANEAMENTO, EVAR E FOLLOW UP SEM UTILIZAÇÃO DE CONTRASTE NA DOENÇA RENAL CRÓNICA
DOI:
https://doi.org/10.48750/acv.15Palavras-chave:
EVAR, contraste, doença renal crónica, nefropatia por contrasteResumo
Introdução: Até 30% dos doentes submetidos a EVAR electivamente têm Doença Renal Crónica (DRC). A nefropatia induzida por contraste é uma complicação do EVAR. É possível realizar EVAR sem contraste ou minimizar a quantidade ultilizada, recorrendo à angiografia com CO2 e/ou IVUS (Intravascular ultrasound), em vez da angiografia convencional. Contudo, estes meios não estão disponíveis na maioria dos Hospitais, ao contrário do eco-Doppler que, em doentes com biótipo favorável e realizado por um profissional experiente, permite excluir endoleaks e confirmar a permeabilidade das artérias renais e hipogástricas.
Objectivos: mostrar a exequibilidade do planeamento, EVAR e follow-up sem contraste, através da apresentação da técnica utilizada num caso clínico.
Material e Métodos /Resultados: Doente do sexo masculino de 70 anos, com DRC por nefropatia por IgA, foi admitido no nosso hospital por AAA assintomático com 57 mm de maior diâmetro, após achado num TC sem contraste. Como o doente apresentava factores de risco para nefropatia induzida por contraste, uma anatomia favorável para EVAR e um bom biótipo para eco-Doppler abdominal, foi proposto para EVAR guiado por eco-Doppler e fluoroscopia, sem utilizaçção de contraste. O planeamento foi realizado por reconstrução no centre-lumen line e as medições realizadas foram outer-to-outer no TC sem contraste. O trombo no colo proximal, o diâmetro da bifurcação, bem como a permeabilidade das renais e ilíacas foram avaliados por eco-Doppler. Intraoperatoriamente, procedeu-se à cateterização da artéria renal mais distal, confirmada por eco-Doppler, ficando um fio guia hidrofílico como referência. O corpo principal da endoprótese (Gore Excluder®) foi introduzido e libertado em posição infrarenal, tendo como referencia o guia na renal, sob monitorização por eco-Doppler. De seguida, procedeu-se à cateterização de ambas as hipogástricas e um guia hidrofílico foi deixado como referência para a extensão bilateral. Um eco-Doppler final exclui a existência de endoleak tipo 1 e 3 e confirmou a permeabilidade das artérias renais e hipogástricas. Antes da alta, o doente foi submetido a eco-Doppler e TC que demonstraram a posição infrarenal adequada da endoprótese e a permeabilidade das renais e hipogástricas. Não houve alteração da função renal no internamento.
Conclusões: O planeamento, o EVAR e o Follow-up são exequíveis sem recorrer ao contraste. Esta técnica justifica-se em casos com elevado risco para nefropatia induzida por contraste e doentes com um biótipo favorável para ecografia abdominal e uma anatomia favorável para EVAR.
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