ROTURA DE FALSO ANEURISMA IDIOPÁTICO DA ARTÉRIA ESPLÉNICA — A PROPÓSITO DE UM CASO CLÍNICO

Autores

  • Andreia Coelho Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia e Espinho; Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, Portugal
  • Daniel Brandão Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia e Espinho; Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, Portugal
  • Miguel Lobo Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia e Espinho, Portugal
  • Jacinta Campos Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia e Espinho; Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, Portugal
  • Rita Augusto Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia e Espinho; Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, Portugal
  • Nuno Coelho Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia e Espinho; Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, Portugal
  • Ana Carolina Semião Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia e Espinho, Portugal
  • João Pedro Ribeiro Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia e Espinho, Portugal
  • Alexandra Canedo Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia e Espinho; Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, Portugal

DOI:

https://doi.org/10.48750/acv.141

Palavras-chave:

Artéria Esplénica, Falso Aneurisma, Procedimentos Endovasculares

Resumo

Introdução: Pseudo-aneurisma da artéria esplénica representa uma entidade clínica rara, sendo as etiologia mais frequentes as complicações de pancreatite (aguda ou crónica) ou de trauma abdominal. O Pseuso-aneurisma idiopático é excecionalmente raro, com apenas dois casos descritos na literatura. O objetivo deste artigo é apresentar um caso de rotura de pseudoaneurisma da artéria esplénica, tratado com sucesso por cirurgia endovascular.
Métodos: Foi realizada a seleção de dados clínicos relevantes da base de dados hospitalar e foi realizada uma pesquisa bibliográfica.
Resultados: O doente é um homem de 75 anos de idade sem história prévia de pancreatite, trauma ou cirurgia abdominal. Foi admitido no serviço de urgência com um quadro de toracalgia com irradiação interescapular com poucas horas de evolução. Ele referia também um quadro de intolerância alimentar com vómitos com 7 dias de evolução. Na avaliação diagnóstica, uma angiotomografia computadorizada (AngioTC) foi realizada e revelou uma volumsa hérnia de hiato desconhecida e a ruptura um pseudoaneurisma da artéria esplénica com 25 mm de diâmetro com hemorragia ativa e várias coleções perianeurismáticas na sua dependência. O doente foi encaminhado para a Angiosuite e após cateterização seletiva da artéria esplênica, a origem do pseudoaneurisma foi identificada, procedendo-se à embolização proximal e distal à sua origem com coils. O resultado final foi satisfatório com aparente embolização completa do pseudoaneurisma.
A angioTC foi repetido 8 dias após o procedimento, revelando embolização completa do pseudoaneurisma, sem evidência de hemorragia. As coleções peri-aneurismáticas permaneceram inalteradas em tamanho e identificaram-se àreas de enfarte esplénico a ocupar cerca de 50% do baço. O doente teve alta ao 10.º dia pós-operatório. 
Conclusões: A cirurgia endovascular parece ser uma boa opção para o tratamento de pseudoaneurismas da artéria esplénica mesmo em rotura, com bons resultados em curto prazo. Neste caso, admitiu-se que o tratamento endovascular poderia ser uma ponte para cirurgia convencional com aneurismectomia e esplenectomia. No entanto, dada a boa evolução clínica pós-procedimento não se realizou mais nenhum procedimento. Atualmente, existe pouco consenso relativo a follow-up e os resultados a longo prazo são em grande parte desconhecidos.

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Publicado

2019-09-04

Como Citar

1.
Coelho A, Brandão D, Lobo M, Campos J, Augusto R, Coelho N, Semião AC, Ribeiro JP, Canedo A. ROTURA DE FALSO ANEURISMA IDIOPÁTICO DA ARTÉRIA ESPLÉNICA — A PROPÓSITO DE UM CASO CLÍNICO. Angiol Cir Vasc [Internet]. 4 de Setembro de 2019 [citado 24 de Novembro de 2024];15(1):31-5. Disponível em: https://acvjournal.com/index.php/acv/article/view/141

Edição

Secção

Caso Clínico

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