SÍNDROME DE MAY-THURNER PRIMÁRIO, RESULTADOS CLÍNICOS E SEU TRATAMENTO ENDOVASCULAR. A NOSSA EXPERIENCIA.
DOI:
https://doi.org/10.48750/acv.140Palavras-chave:
Síndrome de May-Thurner, Síndrome de Cockett, Síndrome obstrutivo não trombótico da veia iliaca, stenting ílio-cavaResumo
Objetivo: Avaliar a nossa experiencia no tratamento cirúrgico endovascular da Síndrome de May-Thurner primaria (SMT).
Introdução: A Síndrome de May-Thurner resulta da compressão da veia ilíaca comum esquerda pela artéria ilíaca comum direita contra o corpo vertebral da quinta vértebra lombar.
Material e Métodos: Analise retrospectiva baseada nos registos clínicos e imagiológicas relativos a vinte e um doentes diagnosticados com a SMT primaria submetidos a tratamento cirúrgico endovascular . Foi usado o programa SPSS statistic 21 IBM para proceder à análise uni e bivariada bem como a realização do teste de hipóteses.
Resultados: A idade média da população foi 44 anos com dois picos de incidência, um na terceira década de vida e outro na quinta e sexta décadas de vida , com 90% dos doente do sexo feminino. O sintoma mais comum foi o edema do membro inferior esquerdo (85%), o tempo médio entre o inicio dos sintomas e o diagnostico foi 5,05 anos, e o tratamento foi o stenting primário em 90,5% dos casos, não tendo havido complicações per ou pós operatórias . Com um follow-up médio de 54,43 meses a patência primaria foi de 85,7% e a patência primaria assistida foi de 100%. Todos os casos em que foi realizada uma ATL simples necessitaram de re-intervenção com implantação posterior de stent. Foi possível avaliar dezasseis doentes aplicando o Venous Clinical Severity Score, tendo sido observado uma melhoria com significado estatístico nos scores pós operatórios relacionados com a dor ,com o edema do membro inferior esquerdo, e com o score global. Observou-se também uma correlação positiva e significativa entre o intervalo de tempo entre o inicio dos sintomas e o diagnóstico, e a variação do score de edema pós operatório.
Discussão/Conclusão: Observamos uma patência primaria assistida de 100% no tratamento endovascular do SMT primário, com uma taxa de complicações de 0%, reflectindo a eficácia e baixa agressividade do tratamento endovascular. O atraso no diagnóstico observado pode ser o resultado do desconhecimento clínico da síndrome e a dificuldade do seu diagnóstico , e foi associado a um pior resultado terapêutico .
Downloads
Referências
(May-Thurner) syndrome. J Vasc Interv Radiol. 11, 2000, pp. 823-836.
2. Patel, NH, et al. Endovascular management of acute extensive iliofemoral
deep venous thrombosis caused by May-Thurner syndrome. J
Vasc Interv Radiol. 11, 2000, pp. 1297-302.
3. McMurrich, JP. The occurrence of congenital adhesions in the
common iliac veins and their relation to thrombosis of the femoral
and iliac veins. Am J Med Sci. 135, 1908, pp. 342-346.
4. Ehrich, WE e Krumbhaar, EB. A frequent obstructive anomaly of the
mouth of the left common iliac vein. Am Heart J. 26, 1943, pp. 737-750.
5. May, R e Thurner, J. The cause of the predominantly sinistral occurrence
of thrombosis of the pelvic veins. Angiology. 8, 1957, pp. 419-448.
6. Cockett, FB e Thomas, ML. The iliac compression syndrome. Br J Surg.
52, 1965, pp. 816-21.
7. Taheri, SA, et al. Iliocaval compression syndrome. Am J Surg. 154,
1987, pp. 169-172.
8. Ahmed, O, et al. Endovascular stent placement for May-Thurner
syndrome in the absense of acute deep vein thrombosis. J Vasc
Interv Radiol. 27, 2016, pp. 167-173.
9. Shebel, ND e Whalen, CC. Diagnosis and management of iliac vein
compression syndrome. J Vasc Nurs. 23, 2005, pp. 10-17.
10. Hurst, DR, et al. Dagnosis and endovascular treatment of iliocaval
compression syndrome. J Vasc Surg. 34, 2001, pp. 106-113.
11. Wolpert, LM, et al. Magnetic resonance venography in the diagnosis
and management of May-Thurner syndrome. Vasc Endovascular
Surg. 36, 2002, pp. 51-57.
12. Ley, EJ, et al. Endovascular management of iliac vein occlusive disease.
Ann Vasc Surg. 18, 2004, pp. 228-233.
13. Forauer, AR, et al. Intravascular ultrasound in the diagnosis and
treatment of iliac vein compression (May-Thurner) syndrome. J Vasc
Interv Radiol. 13, 2002, pp. 523-527.
14. Neglén, P e Raju, S. Intravascular utltrasound scan evaluation of the
obstructed vein. J vasc Surg. 35, 2002, pp. 694-700.
15. Rigas, A, Vomyoyannis, A e Tsardakas, E. Iliac compression syndrome:
report of ten cases. J Cardiovasc Surg. 11, 1970, pp. 389-392.
16. Taheri, S, Taheri, P e Schultz, R. Iliocaval compression syndrome. Br J
Surg. 40, 1992, pp. 9-15.
17. Gloviczki, P e Cho, JS. Surgical treatment of chronic occlusions of the
ilicaval veins. [autor do livro] RB Rutherford. Rutherford's vascular
surgery. Philadelphia: Elsevier, 2005, pp. 2303-2320.
18. Jost, CJ, et al. Surgical reconstruction of ilio-femoral veins and the inferior
vena cava for nonmalignant occlusive disease. J Vasc Surg. 33, pp. 320-328.
19. Ye, K, et al. Long-term outcomes of stent placement for symptomatic
nonthrombotic iliac vein compression lesions in chronic venous
disease. J Vasc Interv Radiol. 23, 2012, Vol. 4, pp. 497-502.
20. Meng, QY, et al. Endovascular treatment of iliac vein compression
syndrome. Chin Med J (Engl). 124, 2011, Vol. 20, pp. 3281-3284.
21. Neglen, P, et al. Stenting of the venous outflow in chronic venous
disease: long-term stent-related outcome, clinical, and hemodynamic
result. J Vasc Surg. 46, 2007, Vol. 5, pp. 979-990.
22. Raju, S, Ward, Jr M e Kirk, O. A modification of iliac vein stent technique.
Ann Vasc Surg. 28, 2014, Vol. 6, pp. 1485-1492.
23. Mahnken, AH, et al. Cirse standars of practice guidelines on iliocaval
stenting. Cardiovasc Intervent Radiol. 37, 2014, pp. 889-897.
24. Shi, WY, et al. Endovascular treatment for iliac vein compression
syndrome with or without lower extremeity deep vein thrombosis:
a retrospective study on mind-term-in-stent patency from a single
center. European Journal of Radiology. 85, 2015, pp. 7-14.
25. Titus, JM, et al. Iliofemoral stenting for venous occlusive disease. J
Vasc Surg. 53, 2011, pp. 706-712.
26. Knipp, BS, et al. Factors associated with outcome after interventional
treatment of symptomatic iliac vein compression syndrome. J Vasc
Surg. 46, 2007, pp. 743-749.
27. Lee, B-B, et al. Venous hemodynamic changes in lower limb
venous disease: the UIP consensus according to scientific evidence.
International Angiology. 35, 2016, Vol. 3, pp. 236-352.
28. Vasquez, MA, et al. Revision of the venous clinical severity score:
Venous outcomes consensus statement: Special communication of
the American Venous Forum Ad Hoc Outcomes Working Group. J Vasc
Surg. 52, 2010, pp. 1387-96.
29. Machado M, Machado R, Mendes D, Almeida R. Síndrome de May-Thurner
associado a um síndrome de nutcracker: caso cíinico e revisão da
literatura. Angiologia e Cirurgia Vascular. 2. 2017. 13. 52-57





