IMPACTO DO ENDOLEAK TIPO 2 NO SACO ANEURISMÁTICO: ANÁLISE UNICÊNTRICA

Autores

  • Juliana Varino Serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular, Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra
  • Ricardo Vale Pereira Serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular, Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra
  • Carolina Mendes Serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular, Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra
  • André Marinho Serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular, Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra
  • Roger Rodrigues Serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular, Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra
  • Anabela Gonçalves Serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular, Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra
  • Luís Antunes Serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular, Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra
  • Margarida Marques Departamento de Tecnologia e Sistemas de Informação, Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra; Laboratório de Bioestatística e Informática Médica, Faculdade de Medicina, Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra
  • Albuquerque Matos Serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular, Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra

DOI:

https://doi.org/10.48750/acv.115

Palavras-chave:

Aneurisma da aorta abdominal, Endoleak, Estudo de follow-up, Procedimento endovascular, Resultado do tratamento, Re-operação

Resumo

Objetivo: A incidência de endoleak tipo 2 após correção endovascular do aneurisma da aorta abdominal (EVAR) pode atingir os 30%, mas o seu significado a longo prazo continua a ser um dos temas mais controversos. Revimos a nossa série com o objetivo de avaliar a incidência de endoleak tipo 2 e os eventos adversos a ele associados.

Métodos : Durante o período de janeiro de 2008 a dezembro de 2014, 57 doentes submetidos a EVAR foram considerados elegíveis para o estudo. Para o efeito efetuou-se uma análise da tomografia computadorizada (angioTC) obtida no decurso do seguimento. Os objetivos primários do estudo consistiram na determinação da incidência de endoleak tipo 2, crescimento do saco aneurismático, rutura e morte relacionada com o aneurisma da aorta abdominal (AAA). Adicionalmente estabeleceram-se como objectivos secundários a determinação da taxa de conversão para cirurgia clássica e das taxas de reintervenção associados com a resolução de endoleaks, persistência do EL-T-II e falência de shrinkage do saco aneurismático > 5 mm.

Resultados: Foram identificados 10 (17,5%) casos de endoleak tipo 2 (6 precoces no primeiro seguimento por TC). A mediana do seguimento foi de 39,0 ± 31,6 meses. Foram identificados 7 endoleaks persistentes (12,2% do total de EVARs; 70,0% dos endoleaks tipo 2) para > 6 meses. A selagem espontânea ocorreu em 6/10 (60%): 3/3 (100,0%) endoleaks transitórios e 3/7 (43%) dos endoleaks persistentes. O desenvolvimento de endoleak tipo 2 transitório (resolução < 6 meses após EVAR) não esteve associado a resultados tardios adversos, contrariamente ao endoleak persistente. Na comparação entre endoleak transitório vs persistente, a ausência de expansão do saco aos 1, 3 e 5 anos foi de 100% para o grupo transitório vs 85%, 65% e 40% para o grupo persistente (p<.001). A presença de endoleak persistente conferiu maior risco de crescimento do saco vs ausência de endoleak (odds ratio [OR], 36,0; 95% intervalo de confiança [IC]: 2,15 - 79; p <0,02). A única reintervenção ocorreu num endoleak persistente. Não houve rutura ou morte relacionada com o AAA.

Conclusão: O pequeno número de casos limitou a capacidade para o presente estudo avaliar o impacto do endoleak. O endoleaks tipo II persistente associou-se de forma significativa a crescimento do saco aneurismático e reintervenção, mas não se associação a mortalidade ou rutura.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

1. Prof. J. Fernandes e Fernandes; EVAR – 20 anos de história. Angiol Cir Vasc v.7 n.2 Lisboa jun. 2011.

2. Gandhi RT, Bryce Y, McWikkiams J, et al. Management of Type II Endoleak. Endovascular Today April 2016; vol 15:4

3. Steinmetz, E., Rubin, B.G., Sanchez, L.A., et al. Type II endoleak after endovascular abdominal aortic aneurysm repair: a conservative
approach with selective intervention is safe and cost-effective. J Vasc Surg. 2004;39:306–313.

4. Van Marrewijk CJ, Fransen G, Laheij RJ, et al. Is a type II endoleak after EVAR a harbinger of risk? Causes and outcome of open
conversion and aneurysm rupture during follow-up. Eur J Vasc Endo- vasc Surg 2004;27:128-37.

5. Greenhalgh RM, Brown LC, Powell JT, et al. Endovascular versus open repair of abdominal aortic aneurysm. N Engl J Med.
2010;362:1863–1871.

6. Gelfand DV, White GH, Wilson SE. Clinical significance of type II endoleak after endovascular repair of abdominal aortic aneurysm.
Ann Vasc Surg 2006;20:69-74.

7. Gonçalves FB, Jairam A, Voûte MT, et al. Clinical outcome and morphologic analysis after endovascular aneurysm repair using
the Excluder endograft. J Vasc Surg 2012;56:920-8.

8. Otsu M, Ishizaka T, Watanabe M, et al. Analysis of anatomical risk factors for persistent type II endoleaks following endovascular
abdominal aortic aneurysm repair using CT angiography. Surg Today. 2016;46:48-55.

9. Löwenthal D, Herzog L, Rogits B, et al. Identification of predictive CT angiographic factors in the development of high risk type
2 endoleaks after endovascular aneurysm repair in patients with infrarenal aortic aneurysms. Rofo. 2015;187:49-55.

10. Lo R.C., Buck D.B., Herrmann J. et al. Risk factors and consequences of persistent type II endoleak. J Vasc Surg. 2016 Apr;63(4):895-
901.

11. Sheehan MK, Ouriel K, Greenberg R, et al. Are type II endoleaks after endovascular aneurysm repair endograft dependent? J Vasc
Surg 2006;43:657-61.

12. Parent FN, Meier GH, Godziachvili V et al. The incidence and natural history of type I and II endoleak: a 5-year follow-up assessment
with color duplex ultrasound scan. J Vasc Surg 2002;35:474-81.

13. Jones JE, Atkins MD, Brewster DC, et al; Persistent type 2 endoleak after endovascular repair of abdominal aortic aneurysm is associated
with adverse late outcomes; J Vasc Surg 2007;46:1-8.

14. Laheij RJ, Buth J, Harris PL, et al. Need for secondary interventions after endovascular repair of abdominal aortic aneurysms.
Intermediate-term follow-up results of a European collaborative registry (EUROSTAR). Br J Surg 2000;87:1666-73.

15. Jouhannet C, Alsac J, Julia P, et al. Reinterventions for type 2 endoleaks with enlargement of the aneurismal sac after endovascular
treatment of abdominal aortic aneurysms. Ann Vasc Surg. 2014;28:192-200.

16. Sarac TP, Gibbons C, Vargas L, et al. Long-term follow-up of type II endoleak embolization reveals tht need for close surveillance; J
vasc Surg 2012; 55:33-40.

17. Mehta, M., Sternbach, Y., Taggert, J.B. et al. Long-term outcomes of secondary procedures after endovascular aneurysm repair. J
Vasc Surg. 2010;52:1442–1449.

18. Arko FR, Rubin GD, Johnson BL, et al. Type-II endoleaks following endovascular AAA repair: preoperative predictors and long-term
effects. J Endovasc Ther 2001;8:503-10.

19. Jonker, F.H.W., Aruny, J., Muhs, B.E. Management of type II endoleaks: preoperative versus postoperative versus expectant
management. Semin Vasc Surg. 2009;22:165–171.

Downloads

Publicado

2017-11-14

Como Citar

1.
Varino J, Vale Pereira R, Mendes C, Marinho A, Rodrigues R, Gonçalves A, Antunes L, Marques M, Matos A. IMPACTO DO ENDOLEAK TIPO 2 NO SACO ANEURISMÁTICO: ANÁLISE UNICÊNTRICA. Angiol Cir Vasc [Internet]. 14 de Novembro de 2017 [citado 23 de Novembro de 2024];13(2):26-34. Disponível em: https://acvjournal.com/index.php/acv/article/view/115

Edição

Secção

Artigo Original