DIABETIC FOOT: THE DIAGNOSTIC POWER OF THE RADIOLOGICAL IMAGING

Authors

  • Eva Campos Pereira Serviço de Ortopedia, Hospital Dr. Nélio Mendonça, Funchal, Portugal
  • Joana Ferreira Serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular, Hospital da Senhora da Oliveira, EPE, Guimarães, Portugal
  • Celso Carrilho Serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular, Hospital da Senhora da Oliveira, EPE, Guimarães, Portugal
  • Sandrina Braga Serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular, Hospital da Senhora da Oliveira, EPE, Guimarães, Portugal; Unidade de Anatomia - Departamento de Biomedicina, Porto, Portugal —Faculdade de Medicina da Universidade do Porto
  • João Correia Simões Serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular, Hospital da Senhora da Oliveira, EPE, Guimarães, Portugal
  • Catarina Longras Serviço de Cirurgia Geral, Hospital da Senhora da Oliveira, EPE, Guimarães, Portugal
  • Diana Brito Serviço de Cirurgia Geral, Hospital da Senhora da Oliveira, EPE, Guimarães, Portugal
  • Ricardo Marta Serviço de Ortopedia, Hospital da Senhora da Oliveira, EPE, Guimarães, Portugal
  • Amílcar Mesquita Serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular, Hospital da Senhora da Oliveira, EPE, Guimarães, Portugal

DOI:

https://doi.org/10.48750/acv.92

Keywords:

Diabetic foot, Charcot neuroarthropathy, Radiological imaging

Abstract

Introdução: O pé diabético é uma complicação da Diabetes Mellitus (DM) responsável por 250 amputações em 2015 em Portugal1,2. É uma consequência da vasculopatia, imunopatia e neuropatia3,4, sendo esta última o mecanismo mais importante da Neuroartropatia de Charcot (NC)5. A radiografia convencional permite uma primeira abordagem imagiológica, identificando os “6 D’s”: Dense subchondral bones; Degeneration; Destruction; Deformity; Debris, Dislocation6,7. Deste modo, pretende-se relacionar os dados imagiológicos da radiografia simples do pé com a clínica e a fisiopatologia da entidade “Pé Diabético”, tendo como mote a descrição de um caso clínico.

Caso clínico: Homem de 59 anos, com antecedentes de DM tipo 2 e amputação transmetatársica à direita recorreu ao Serviço de Urgência por dor, eritema e edema no pé e terço inferior da perna direita e úlcera plantar com exsudato purulento. Apresentava pulsos femorais e poplíteos. Pulsos distais ausentes. Foi internado para antibioterapia, descarga total, cuidados de penso e avaliação analítica, radiológica e multidisciplinar. Apesar do controlo da infeção associada foi impossível o realinhamento do pé e restituição das relações dos ossos pela grande destruição óssea. O doente foi submetido a amputação abaixo do joelho.

Comentários: Na radiografia de perfil observou-se perda dos arcos plantares longitudinais medial e lateral e calcificação (encurtamento) do tendão de Aquiles (Figura 1, nº1), com aumento da pressão na face plantar que, associada à neuropatia sensitiva, contribuíram para a formação de úlcera, como observado neste caso8,9. A úlcera traduz-se neste exame do pé pela radio-lucência identificada na zona média plantar, patognomónica de Neuroartropatia de Charcot. (Figura 1, número 2)10.

Verificou-se destruição óssea - fragmentos ósseos (Figura 1, nº3) com fratura da tuberosidade do calcâneo e colapso sub-astragalino (Figura 1, nº4). A localização desta fratura é das menos frequentemente observadas na Neuroartropatia de Charcot11. A neuropatia sensitiva permite submeter o pé a extremos de stress com consequentes fraturas indolores. A neuropatia autonómica, a abertura de “shunts” arteriovenosos e a hipervascularização óssea, acarretam osteopenia (Figura 1, nº5) e diminuição da resistência à fratura11,12. Observou-se edema (Figura 1, nº6) e enfisema subcutâneo (Figura 1, nº7), tradutor da presença de agentes microbiológicos anaeróbios, geralmente identificados em 90% das culturas13. Constatou-se calcificação da artéria tibial posterior (Figura 1, nº8), tipicamente uma mediocalcinose de Monckeberg, que está associada a elevada taxa de amputação e de mortalidade. Esta alteração vascular aumenta o grau de dificuldade técnica e compromete o prognóstico da revascularização11,14,15. 

Conclusões: Apesar da grande variedade de técnicas imagiológicas, o custo-efetividade na deteção das principais alterações patológicas tornam a radiografia convencional a primeira linha de diagnóstico do pé diabético16.

Downloads

Download data is not yet available.

References

1. Jain AKC. A new classification of diabetic foot complications: a
simple and effective teaching tool. The Journal of Diabetic Foot
Complications. 2012; 4: 1–5.
2. Relatório do Observatório Nacional da Diabetes 2016. Sociedade
Portuguesa de Diabetologia. (http://spd.pt/images/OND/
DFN2015.pdf, acesso em 10 abril de 2017).
3. Sanverdi SE, Ergen FB, Oznur A. Current challenges in imaging of
the diabetic foot. Diabet Foot Ankle. 2012; 3: 18754.
4. Penha D, João P, Cabral P, Rosado E, Paixão P, Pinto E, Nogueira D,
Costa A. Artropatia de Charcot: Conceitos Básicos Ilustrados. Rev
Clin Hosp Prof Dr Fernando Fonseca. 2013; 1(1): 34–36.
5. Baptista C, Mariano JC. Artropatia de Charcot do pé e tornozelo.
Rev Port Ortop Traum. 2012; 20(2): 255–262.
6. Varma AK. The Charcot Foot – An Indian Experience. MedCrave
Group LLC. 2017.
7. Sommer TC, Lee TH. Charcot Foot: The Diagnostic Dilemma. Am
Fam Physician. 2001, 64(9).
8. Fernandes ARC, Aihara AY, Peçanha PC, Natour J. Avaliação por
Meio de Exame Radiológico Convencional e Ressonância Magnética
do Pé Diabético. Rev Bras Reumatol. 2003; 43(5): 316–23.
9. Ergen FB, Sanverdi SE, Oznur A. Charcot foot in diabetes and an
update on imaging. Diabet Foot Ankle. 2013; 4: 10.
10. Wolfgang Dahnert. Radiology Review Manual. Seventh ed. Philadelphia:
Lippincott Williams & Wilkins; 2011.
11. Ferreira RC, Gonçalvez DH, Filho JMF, Costa MT, Santin RAL. Artropatia
de Charcot do mediopé no paciente diabético: complicação
de uma doença epidêmica. Rev Bras Ortop. 2012; 47(5): 616–25.
12. Hochman MG, Cheung Y, Brophy DP, Parker JA. Imaging of the
Diabetic Foot. The Diabetic Foot. Second ed. Totowa: Humana
Press Inc; 2006.
13. Paola LD, Faglia E. Treatment of diabetic foot ulcer: an overview strategies
for clinical approach. Curr Diabetes Rev. 2006; 2(4): 431–47.
14. López-Gavito E, Parra-Téllez P, Vázquez-Escamilla J. La neuropatía
de Charcot en el pie diabético. Acta Ortop Mex. 2016; 30(1): 33–45.
15. Rocha-Singh KJ, Zeller T, Jaff MR. Peripheral arterial calcification:
Prevalence, mechanism, detection, and clinical implications.
Catheter Cardiovasc Interv. 2014 May 1; 83(6): E212–E220.
16. Huang C, Wu I, Wu Y, Hwang J, Wang S, Chen W, Lee W, Yang W.
Association of Lower Extremity Arterial Calcification with Amputation
and Mortality in Patients with Symptomatic Peripheral
Artery Disease. PLOS ONE. 2014; 9(2): e90201.
17. Guzman RJ, Brinkley DM, Schumacher PM, Donahue RMJ, Beavers H,
Qin X. J. Tibial artery calcification as a marker of amputation risk in
patients with PAD. Am Coll Cardiol 2008 May 20; 51(20): 1967–1974.
18. Fernandes ARC, Aihara AY, Peçanha PC, Natour J. Avaliação por
Meio de Exame Radiológico Convencional e Ressonância Magnética
do Pé Diabético. Rev Bras Reumatol. 2003; 43(5): 316–23.

Published

2017-12-30

How to Cite

1.
Pereira EC, Ferreira J, Carrilho C, Braga S, Correia Simões J, Longras C, Brito D, Marta R, Mesquita A. DIABETIC FOOT: THE DIAGNOSTIC POWER OF THE RADIOLOGICAL IMAGING. Angiol Cir Vasc [Internet]. 2017 Dec. 30 [cited 2024 Nov. 27];13(4):66-7. Available from: https://acvjournal.com/index.php/acv/article/view/92

Issue

Section

Vascular Image