PRESERVAÇÃO DA ARTÉRIA ILÍACA INTERNA NA DOENÇA ANEURISMÁTICA ATRAVÉS DE ENDOPRÓTESE ILÍACA BIFURCADA
DOI:
https://doi.org/10.48750/acv.55Resumo
Introdução: A degeneração aneurismática das artérias ilíacas está presente em 11 a 43% dos aneurismas da aorta abdominal. O recurso a endopróteses ilíacas bifurcadas (IBDs) permite preservar a artéria ilíaca interna (AII) obviando as significativas complicações inerentes à sua oclusão.
Material e Métodos: Análise retrospectiva da série consecutiva de doentes selecionados para tratamento endovascular através do uso de IBDs numa instituição terciária no período de Setembro 2010 a Abril 2016.
Resultados: Foram tratados com IBDs 40 doentes (idade média 73 ± 8 anos; sexo masculino n=40).
A doença aneurismática tratada teve a seguinte distribuição: aorto-iliaco unilateral em 50% (n=20); aorto-ilíaco bilateral em 35% (n=14); ilíaco isolado unilateral em 7,5% (n=3) e ilíaco isolado bilateral em 7,5% (n=3). Em 25% (n=10) havia envolvimento aneurismatico da artéria ilíaca interna (AII).
Foram utilizadas 39 endopróteses Zenith Iliac Branch Device Cook® e uma endoprótese Excluder Gore®Iliac Branch Endoprothesis. Em 90% foi realizado EVAR aorto-biiliaco concomitante à IBD (n=36), incluindo um caso de TEVAR, EVAR e IBD bilateral. A oclusão intencional da AII contralateral foi realizada em 10 casos.
A taxa de sucesso técnico aferida foi de 95% (38/40) e foram realizados 5 procedimentos adjuvantes. A taxa de mortalidade a 30 dias foi de 7,5% (n=3; isquemia mesentérica (n=1), isquemia pélvica (n=1) e cardíaca (n=1)).
Nas complicações a 30 dias relacionadas com procedimento verificaram-se 3 oclusões de ramo artéria ilíaca externa e uma oclusão ramo da AII. Foram realizadas 4 re-intervenções precoces.
26% dos doentes apresentavam uma creatinina >1,5 à admissão, mas não foi encontrada diferença estatisticamente siginificativa entre a creatinina pré-operatoria e pós-operatória (P=0,869).
A média de tempo de follow-up foi 14±17 meses, durante o qual se verificaram:1 trombose de ramo da artéria iliaca externa , 1 trombose de ramo da AII e 3 endoleaks tipo II. Não se verificaram desconexões modulares nem rupturas aneurismáticas tardias.
Conclusão: A preservação da AII e a prevenção de complicações inerentes à sua oclusão são alcançadas com elevada taxa de sucesso técnico através do recurso a IBDs. Os resultados demonstram a validade, eficácia e segurança no tratamento de aneurismas do sector aorto-ilíaco.
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