PRESERVAÇÃO DA ARTÉRIA ILÍACA INTERNA NA DOENÇA ANEURISMÁTICA ATRAVÉS DE ENDOPRÓTESE ILÍACA BIFURCADA

Autores

  • A. Quintas Serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular, Hospital de Santa Marta, CHLC
  • J. Albuquerque e Castro Serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular, Hospital de Santa Marta, CHLC
  • J. Aragão Morais Serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular, Hospital de Santa Marta, CHLC
  • F. Bastos Gonçalves Serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular, Hospital de Santa Marta, CHLC
  • L. Vasconcelos Serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular, Hospital de Santa Marta, CHLC
  • G. Alves Serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular, Hospital de Santa Marta, CHLC
  • R. Ferreira Serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular, Hospital de Santa Marta, CHLC
  • R. Abreu Serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular, Hospital de Santa Marta, CHLC
  • N. Camanho Serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular, Hospital de Santa Marta, CHLC
  • J. Catarino Serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular, Hospital de Santa Marta, CHLC
  • M. E. Ferreira Serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular, Hospital de Santa Marta, CHLC
  • L. Mota Capitão Serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular, Hospital de Santa Marta, CHLC

DOI:

https://doi.org/10.48750/acv.55

Resumo

Introdução: A degeneração aneurismática das artérias ilíacas está presente em 11 a 43% dos aneurismas da aorta abdominal. O recurso a endopróteses ilíacas bifurcadas (IBDs) permite preservar a artéria ilíaca interna (AII) obviando as significativas complicações inerentes à sua oclusão.

Material e Métodos: Análise retrospectiva da série consecutiva de doentes selecionados para tratamento endovascular através do uso de IBDs numa instituição terciária no período de Setembro 2010 a Abril 2016.

Resultados: Foram tratados com IBDs 40 doentes (idade média 73 ± 8 anos; sexo masculino n=40).
A doença aneurismática tratada teve a seguinte distribuição:  aorto-iliaco unilateral em 50% (n=20); aorto-ilíaco bilateral em 35% (n=14); ilíaco isolado unilateral em 7,5% (n=3) e ilíaco isolado bilateral em 7,5% (n=3). Em 25% (n=10) havia envolvimento aneurismatico da artéria ilíaca interna (AII).

Foram utilizadas 39 endopróteses Zenith Iliac Branch Device Cook® e uma endoprótese Excluder Gore®Iliac Branch Endoprothesis. Em 90% foi realizado EVAR aorto-biiliaco concomitante à IBD (n=36), incluindo um caso de TEVAR, EVAR e IBD bilateral. A oclusão intencional da AII contralateral foi realizada em 10 casos.    

A taxa de sucesso técnico aferida foi de 95% (38/40) e foram realizados 5 procedimentos adjuvantes.  A taxa de mortalidade a 30 dias foi de 7,5% (n=3; isquemia mesentérica (n=1), isquemia pélvica (n=1) e cardíaca (n=1)).

Nas complicações a 30 dias relacionadas com procedimento verificaram-se 3 oclusões de ramo artéria ilíaca externa e uma oclusão ramo da AII. Foram realizadas 4 re-intervenções precoces.

26% dos doentes apresentavam uma creatinina >1,5 à admissão, mas não foi encontrada diferença estatisticamente siginificativa entre a creatinina pré-operatoria e pós-operatória (P=0,869).

A média de tempo de follow-up foi 14±17 meses, durante o qual se verificaram:1 trombose de ramo da artéria iliaca externa , 1 trombose de ramo da AII e 3 endoleaks tipo II. Não se verificaram desconexões modulares nem rupturas aneurismáticas tardias. 

Conclusão: A preservação da AII e a prevenção de complicações inerentes à sua oclusão são alcançadas com elevada taxa de sucesso técnico através do recurso a IBDs. Os resultados demonstram a validade, eficácia e segurança no tratamento de aneurismas do sector aorto-ilíaco.

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Referências

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Publicado

2017-06-03

Como Citar

1.
Quintas A, Albuquerque e Castro J, Aragão Morais J, Bastos Gonçalves F, Vasconcelos L, Alves G, Ferreira R, Abreu R, Camanho N, Catarino J, Ferreira ME, Mota Capitão L. PRESERVAÇÃO DA ARTÉRIA ILÍACA INTERNA NA DOENÇA ANEURISMÁTICA ATRAVÉS DE ENDOPRÓTESE ILÍACA BIFURCADA. Angiol Cir Vasc [Internet]. 3 de Junho de 2017 [citado 19 de Dezembro de 2024];13(1):30-5. Disponível em: https://acvjournal.com/index.php/acv/article/view/55

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Artigo Original