TROMBÓLISE DIRIGIDA POR CATETER NA ISQUEMIA AGUDA DOS MEMBROS INFERIORES EM DIFERENTES ETIOLOGIAS

Autores

  • Tiago Soares Serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular; Centro Hospitalar Universitário de S. João, Porto, Portugal
  • Paulo Dias Serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular; Centro Hospitalar Universitário de S. João, Porto, Portugal
  • Sérgio Sampaio Serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular; Centro Hospitalar Universitário de S. João, Porto, Portugal
  • José Teixeira Serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular; Centro Hospitalar Universitário de S. João, Porto, Portugal

DOI:

https://doi.org/10.48750/acv.455

Palavras-chave:

catheter direct thrombolysis, acute limb ischaemia

Resumo

Introdução: Ao longo das últimas décadas houve uma evolução nas opções de tratamento da isquemia aguda de membro (IAM). Hoje em dia, a trombólise dirigida por cateter (TDC) é por vezes utilizada como alternativa à cirurgia no tratamento da IAM e pode oferecer algumas vantagens em relação à cirurgia convencional em pacientes devidamente seleccionados.

Objectivo: Avaliar os dados relativos à TDC para o tratamento da isquemia aguda de membro em diferentes etiologias.

Materiais e métodos: Foram consecutivamente analisados todos os pacientes submetidos a TDC na isquemia aguda de membro no nosso serviço de cirurgia vascular, entre 1 de Janeiro de 2011 e 31 de Agosto de 2017. Os resultados incluíram a patência primária aos 30 dias e um ano, complicações hemorrágicas, amputação major e mortalidade.

Resultados: No total foram incluídos 128 membros de 106 pacientes. O seguimento mediano foi de 14 meses [6–31 meses]. As etiologias de isquemia incluídas no estudo foram trombose de artérias nativas, trombose de bypass PTFE ou VGS, trombose intra-stent, trombose de aneurisma ou entrapment poplíteo e embolia arterial. De acordo com a classificação de Rutherford na IAM foram observados no grau I 12,5%, grau IIa 77,3% e grau IIb 10,2%. As taxas de patência primária foram de 72,8% e 47,8% a um e três anos, respectivamente. A reintervenção foi de 27,6% no grupo da trombose de artéria nativa, 65,2% no grupo da trombose de bypass de PTFE, e 18,2% no grupo da trombose intra-stent. Não foram verificadas reintervenções para os grupos de aneurisma poplíteo ou embolia arterial. A sobrevida livre de amputação foi de 83,3% aos 27 meses, e a incidência cumulativa de morte foi de 10,1% aos 32 meses. Observaram-se complicações em 40 procedimentos (31,3%); a maioria hemorragia minor do local de acesso e uma morte devido a acidente vascular cerebral hemorrágico.

Conclusão: A TDC embora associada a um risco acrescido de complicações hemorrágicas, é considerada um tratamento seguro e com resultados que podem reduzir a necessidade de tratamento cirúrgico convencional em doentes selecio- nados. O nosso estudo vem reforçar o uso desta terapêutica como uma opção válida na IAM em diferentes etiologias.

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Publicado

2022-03-02

Como Citar

1.
Soares T, Dias P, Sampaio S, Teixeira J. TROMBÓLISE DIRIGIDA POR CATETER NA ISQUEMIA AGUDA DOS MEMBROS INFERIORES EM DIFERENTES ETIOLOGIAS. Angiol Cir Vasc [Internet]. 2 de Março de 2022 [citado 23 de Novembro de 2024];17(4):299-304. Disponível em: https://acvjournal.com/index.php/acv/article/view/455

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Artigo Original