PERIAORTITE “DE NOVO” APÓS EVAR OU STENTING DO SETOR AORTO-ILÍACO: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA

Autores

  • Daniel Mendes Serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular, Centro Hospitalar Universitário do Porto, Portugal
  • Rui Machado Serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular, Centro Hospitalar Universitário do Porto; Instituo de Ciências Biomédicas Abel Salazar – Universidade do Porto
  • Inês Antunes Serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular, Centro Hospitalar Universitário do Porto, Portugal
  • Carlos Veiga Serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular, Centro Hospitalar Universitário do Porto, Portugal
  • Carlos Veterano Serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular, Centro Hospitalar Universitário do Porto, Portugal
  • Henrique Rocha Serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular, Centro Hospitalar Universitário do Porto, Portugal
  • João Castro Serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular, Centro Hospitalar Universitário do Porto, Portugal
  • Andreia Pinelo Serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular, Centro Hospitalar Universitário do Porto, Portugal
  • Rui Almeida Serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular, Centro Hospitalar Universitário do Porto; Instituo de Ciências Biomédicas Abel Salazar – Universidade do Porto

DOI:

https://doi.org/10.48750/acv.356

Palavras-chave:

Periaortite, Fibrose retroperitoneal, Stent, Endoprótese, Aneurisma da aorta abdominal, EVAR

Resumo

A periaortite crónica e a fibrose retroperitoneal são entidades relacionadas que cursam com inflamação periaortica e deposição de tecido fibroinflamatório no espaço retroperitoneal. Estas entidades clínicas podem ocorrer como complicação do tratamento endovascular (EVAR) do aneurisma da aorta abdominal ou após a implantação de stents ou endopróteses no tratamento de doença arterial oclusiva aortoiliaca. Realizamos uma revisão sistemática da literatura na base de dados MEDLINE de artigos originais que documentassem o desenvolvimento de periaortite após tratamento endovascular aortoiliaco. Incluímos um total de 12 artigos que descrevem 14 casos desta complicação, nomeadamente após EVAR no tratamento do aneurisma da aorta abdominal. A maioria dos doentes são do sexo masculino numa faixa etária que varia dos 45 aos 78 anos. Esta complicação verificou-se com a utilização de diferentes dispositivos que incluiram stents de nitinol ou aço inoxidável bem como no caso das endopróteses, com revestimento de poliéster ou politetrafluoretileno. A gravidade do quadro clínico foi altamente variável sendo que alguns casos se apresentaram com hidronefrose consequente à obstrução uretral. O tratamento com corticoterapia, tamoxifeno ou uma combinação dos dois foi eficaz em todos os casos. A periaortite é uma complicação extremamente rara do tratamento endovascular aortoiliaco. Á semelhança dos casos idiopáticos, a corticoterapia apresenta elevada eficácia sendo fundamental a instituição precoce do tratamento de forma a evitar complicações.

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Publicado

2021-03-05

Como Citar

1.
Mendes D, Machado R, Antunes I, Veiga C, Veterano C, Rocha H, Castro J, Pinelo A, Almeida R. PERIAORTITE “DE NOVO” APÓS EVAR OU STENTING DO SETOR AORTO-ILÍACO: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA. Angiol Cir Vasc [Internet]. 5 de Março de 2021 [citado 23 de Novembro de 2024];16(4):300-5. Disponível em: https://acvjournal.com/index.php/acv/article/view/356

Edição

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Artigo de Revisão