TÉCNICA DE CRISS-CROSS NO TRATAMENTO DE TROMBOSE VENOSA PROFUNDA DO MEMBRO INFERIOR — A PROPÓSITO DE UM CASO CLÍNICO

Autores

  • Carlos Veterano Serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular — Centro Hospitalar Universitário do Porto, Portugal
  • Luís Loureiro Serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular — Centro Hospitalar Universitário do Porto, Portugal
  • Gabriela Teixeira Serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular — Centro Hospitalar Universitário do Porto, Portugal
  • Inês Antunes Serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular — Centro Hospitalar Universitário do Porto, Portugal
  • Carlos Veiga Serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular — Centro Hospitalar Universitário do Porto, Portugal
  • Daniel Mendes Serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular — Centro Hospitalar Universitário do Porto, Portugal
  • Henrique Rocha Serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular — Centro Hospitalar Universitário do Porto, Portugal
  • João Castro Serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular — Centro Hospitalar Universitário do Porto, Portugal
  • Pedro Sá Pinto Serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular — Centro Hospitalar Universitário do Porto, Portugal
  • Rui Almeida Serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular — Centro Hospitalar Universitário do Porto, Portugal

DOI:

https://doi.org/10.48750/acv.256

Palavras-chave:

Técnica criss-cross, trombose venosa profunda, trombólise dirigida por cateter

Resumo

Introdução: A técnica criss-cross combina acesso vascular anterógrado e retrógrado da veia poplítea, de modo a obter recanalização venosa em doentes com trombose venosa profunda (TVP) ileofemoral associada a trombose das veias poplítea e gemelares. 

Caso clínico: Doente do sexo feminino de 57 anos, com antecedentes de histerectomia radical e linfadenectomia de nódulos linfáticos pélvicos em 2013, devido a neoplasia uterina, com consequente linfedema crónico do membro inferior direito. Admitida na urgência por edema grave do membro inferior direito, com 7 dias de evolução. À observação, a paciente apresentava edema da coxa e perna, cianose da perna, dor gemelar, extremidades quentes e pulsos distais palpáveis. Estudo com ecodoppler a objetivar trombose dos eixos venosos do membro inferior direito. Estudo com TC contrastado excluiu extensão proximal do trombo para a veia ilíaca comum direita ou veia cava; excluiu tromboembolismo pulmonar e evidenciou clips cirúrgicos em proximidade com a veia ilíaca externa direita, causando uma respetiva redução luminal superior a 50%. A doente foi submetida a trombectomia e fibrinólise dirigida por cateter. Obteve-se acesso vascular através de punção ecoguiada da veia poplítea. Após colocação de introdutores em sentido retrógrado e anterógrado, realizou-se trombectomia das veias gemelares até à veia femoral comum, com recurso a aspiração por cateter. Instituiu-se perfusão de alteplase e heparina não fracionada por via periférica, mantidas durante 72 horas, com controlo angiográfico a cada 24h. Após recanalização satisfatória, realizou-se angioplastia com balão 14x40mm, seguida de stent 14x80mm na veia ilíaca externa. Não ocorreram complicações hemorrágicas major. O tratamento invasivo foi complementado com drenagem postural e meia elástica compressiva, permitindo melhoria clínica imediata e progressiva. Após dois dias, a doente recebeu alta medicada com heparina de baixo peso molecular. Em consulta de follow-up após um mês, constatou-se melhoria clínica progressiva e alterada hipocoagulação para rivaroxabano ad aeternum

Conclusão: A técnica de criss-cross permite recanalização do inflow e outflow, restaurando patência venosa e mantendo a função valvular, aspetos com eventual papel crítico nos resultados após TVP ileofemoral extensa. 

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Referências

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Publicado

2020-12-13

Como Citar

1.
Veterano C, Loureiro L, Teixeira G, Antunes I, Veiga C, Mendes D, Rocha H, Castro J, Sá Pinto P, Almeida R. TÉCNICA DE CRISS-CROSS NO TRATAMENTO DE TROMBOSE VENOSA PROFUNDA DO MEMBRO INFERIOR — A PROPÓSITO DE UM CASO CLÍNICO. Angiol Cir Vasc [Internet]. 13 de Dezembro de 2020 [citado 23 de Novembro de 2024];16(3):172-5. Disponível em: https://acvjournal.com/index.php/acv/article/view/256

Edição

Secção

Caso Clínico

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