ISQUÉMIA DO CÓLON NA CIRURGIA DO ANEURISMA DA AORTA ABDOMINAL

Autores

  • Mariana Moutinho CHLN — Hospital Santa Maria
  • Ruy Fernandes Serviço de Cirurgia Vascular HSM-CHLN, Faculdade de Medicina, Universidade de Lisboa, Portugal
  • Luís Silvestre Serviço de Cirurgia Vascular HSM-CHLN, Faculdade de Medicina, Universidade de Lisboa, Portugal
  • Ana Evangelista CHLN — Hospital Santa Maria
  • Gonçalo Sobrinho Serviço de Cirurgia Vascular HSM-CHLN, Faculdade de Medicina, Universidade de Lisboa, Portugal
  • Augusto Ministro Serviço de Cirurgia Vascular HSM-CHLN, Faculdade de Medicina, Universidade de Lisboa, Portugal
  • Luísq Mendes Pedro Serviço de Cirurgia Vascular HSM-CHLN, Faculdade de Medicina, Universidade de Lisboa, Portugal
  • José Fernandes Fernandes Serviço de Cirurgia Vascular HSM-CHLN, Faculdade de Medicina, Universidade de Lisboa, Portugal

DOI:

https://doi.org/10.48750/acv.185

Palavras-chave:

Isquemia mesentérica, Aneurisma da aorta, síndrome do compartimento abdominal

Resumo

Introdução: A isquemia do cólon (IC) é uma complicação subdiagnosticada do tratamento dos aneurismas da aorta abdominal (AAA).

Objectivos: O objetivo deste trabalho é analisar a sua frequência nos doentes tratados por AAA e procurar identificar fatores preditivos para a ocorrência de modo a permitir diagnóstico precoce e intervenção terapêutica adequada em tempo oportuno.

Material e Métodos: Estudo retrospectivo mediante análise de processos dos doentes com AAA infrarenal, pararenal ou justarenal operados numa instituição no período de 1 de outubro de 2012 a 1 de outubro de 2014. O diagnóstico de IC foi confirmado por endoscopia e/ou reintervenção cirúrgica. Foram analisados fatores de risco e determinantes de morbi- -mortalidade usando o programa estatístico SPSS 17.0.

Resultados: Foram tratados 161 doentes neste período, dos quais 117 por via convencional e 44 por via endovascular, 119 eletivamente e 42 em rotura. Do total dos doentes 92 % eram homens com uma média de idades de 72 anos. Oito tiveram IC, 4,2% eletivos e 7,1% de urgência. Nos doentes operados em rotura, a hipotensão na admissão foi a determinante mais relevante na ocorrência de IC (119 vs 68 mmHg, p=0.03), ao passo que nos doentes eletivos, os fatores relevantes foram a disfunção renal (Cr 3.9 vs 1.2 mg/dL, p=0.002, OR 2,04) e o uso de aminas no pós-operatório imediato (40% vs 8.2%, p=0,001 OR 22). A mortalidade global aos 30 dias foi 13%, sendo de 25% nos doentes com IC.

Conclusões: Na nossa série, aneurismas em rotura, doentes com hipotensão grave e/ou insuficiência renal no momento da admissão assim como doentes com necessidade de suporte aminérgico e transfusional significativo no intra-operatório tiveram uma maior propensão para sofrer de IC no pós-operatório do tratamento do AAA; apesar de, neste caso, esta ser uma complicação menos frequente comparada com outras séries.

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Publicado

2017-09-30

Como Citar

1.
Moutinho M, Fernandes R, Silvestre L, Evangelista A, Sobrinho G, Ministro A, Mendes Pedro L, Fernandes Fernandes J. ISQUÉMIA DO CÓLON NA CIRURGIA DO ANEURISMA DA AORTA ABDOMINAL. Angiol Cir Vasc [Internet]. 30 de Setembro de 2017 [citado 23 de Novembro de 2024];13(3):10-7. Disponível em: https://acvjournal.com/index.php/acv/article/view/185

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Artigo Original