INFLUÊNCIA DO TROMBO DO COLO ANEURISMÁTICO E DO TIPO DE ENDOPRÓTESE UTILIZADA NO DESENVOLVIMENTO DE LESÃO RENAL AGUDA APÓS EVAR

Autores

  • Inês Antunes Serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular – Centro Hospitalar Universitário do Porto
  • Rui Machado Serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular – Centro Hospitalar Universitário do Porto; Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar - Universidade do Porto
  • Duarte Rego Serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular – Centro Hospitalar Universitário do Porto
  • Vítor Ferreira Serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular – Centro Hospitalar Universitário do Porto
  • João Gonçalves Serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular – Centro Hospitalar Universitário do Porto
  • Gabriela Teixeira Serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular – Centro Hospitalar Universitário do Porto
  • Carlos Veiga Serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular – Centro Hospitalar Universitário do Porto
  • Daniel Mendes Serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular – Centro Hospitalar Universitário do Porto
  • Carlos Pereira Serviço Angiologia e Cirurgia Vascular Centro Hospitalar do Porto
  • Rui Almeida Serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular – Centro Hospitalar Universitário do Porto; Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar - Universidade do Porto

DOI:

https://doi.org/10.48750/acv.126

Palavras-chave:

Aneurisma da Aorta, EVAR, Trombo, Lesão renal aguda

Resumo

Introdução: As características do colo aneurismático, em particular a presença de trombo, podem limitar o tratamento por EVAR.

Objetivos: Estudar se a presença de trombo no colo aneurismático e o tipo de endoprótese utilizada (fixação supra ou infra-renal) têm impacto na função renal dos doentes tratados por EVAR na nossa instituição.

Materiais/Métodos: Análise retrospectiva da base de dados de doentes com AAA tratados por EVAR na nossa instituição entre dezembro/2001 e dezembro/2013. Para cada doente avaliamos o valor de creatinina e clearence nos pré e pós-operatório. Dos doentes com agravamento da função renal, selecionamos aqueles que tiveram lesão renal aguda (LRA) pelos critérios de RIFLE modificados, e estudamos a relação entre LRA e trombo do colo aneurismático e tipo de endoprótese utilizado. Da base de dados de 241 doentes foram excluídos os doentes IRC em hemodiálise à data do procedimento e aqueles em que não dispúnhamos de análises com função renal no pré e pós-operatório. Relativamente ao estudo da relação endoprótese utilizada e função renal: 127 foram tratados com endopróteses de fixação supra-renal, 74 com endoproteses de fixação infra-renal e 27 foram excluídos da análise por terem sido tratados com endopróteses torácicas ou não dispormos dessa informação. Relativamente ao estudo do trombo do colo aneurismático, conseguimos esse dado para 190 doentes.

Resultados: relativamente ao impacto do trombo do colo aneurismático na função renal verificamos que dos 190 doentes estudados, 21 (11%) desenvolveram LRA no pós-operatório e a presença de trombo no colo em >25% e >50% da circunferência do colo, apresentou relação estatisticamente significativa com o desenvolvimento de LRA (p=0,045 e p=0,010, respetivamente). Relativamente ao estudo das endopróteses utilizadas, 14.2% dos doentes tratados com endopróteses de fixação supra-renal e 5.4% dos tratados com endopróteses de fixação infra-renal desenvolveram LRA no pos-operatório, no entanto esta diferença não se mostrou estatisticamente significativa (p=0,052).

Discussão/conclusões: Na nossa experiência a presença de trombo do colo aneurismático teve  relação com o desenvolvimento de LRA no pós-operatório imediato mas não parece ter impacto na função renal aos 6 e 12 meses. Os doentes tratados com endopróteses de fixação supra-renal desenvolveram mais LRA no pós-operatório mas esta diferença não se mostrou estatisticamente significativa.

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Publicado

2018-12-02

Como Citar

1.
Antunes I, Machado R, Rego D, Ferreira V, Gonçalves J, Teixeira G, Veiga C, Mendes D, Pereira C, Almeida R. INFLUÊNCIA DO TROMBO DO COLO ANEURISMÁTICO E DO TIPO DE ENDOPRÓTESE UTILIZADA NO DESENVOLVIMENTO DE LESÃO RENAL AGUDA APÓS EVAR. Angiol Cir Vasc [Internet]. 2 de Dezembro de 2018 [citado 24 de Novembro de 2024];14(1):13-8. Disponível em: https://acvjournal.com/index.php/acv/article/view/126

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Artigo Original