MORTALIDADE A CURTO E LONGO PRAZO APÓS AMPUTAÇÃO MAJOR DO MEMBRO INFERIOR NUMA POPULAÇÃO OCTAGENÁRIA
DOI:
https://doi.org/10.48750/acv.113Palavras-chave:
Amputação, mortalidade, pé diabético, doença arterial periféricaResumo
Introdução: A mortalidade após amputação major do membro inferior é elevada estando a idade associada a pior prognóstico. O objetivo deste estudo retrospectivo foi determinar a taxa de mortalidade após uma primeira amputação major do membro inferior numa coorte de doentes com mais de 80 anos de idade.
Métodos: Foi realizada uma análise dos fatores que afetam os outcomes precoces e tardios após a amputação major realizada no âmbito de doença arterial periférica ou complicações diabéticas no nosso centro de referência vascular terciário entre 2008 e 2015, em doentes com mais de 80 anos de idade.
Resultados: 557 doentes foram submetidos a amputação major (54% do sexo feminino), com idade média 86.3 ± 4.4 anos, com 20% de incidência de amputações bilaterais durante o período do estudo. O follow-up médio foi de 4.8 [0.8; 16.4] meses. As taxas de mortalidade aos 30 dias e 2 anos foram de 27% e 77% respectivamente. A taxa de mortalidade ajustada à idade 1 ano após a amputação trans-femoral (ATF) foi de 68%, quase o dobro da amputação trans-tibial (ATT) (36%, p =.04). A taxa de re-intervenção foi substancialmente maior após ATT (36% vs 17%, p <.01). Análises de regressão Cox e de sobrevivência demonstraram que a mortalidade a longo prazo se associou com a readmissão hospitalar (HR: 2.00, p <.05) doenças cerebrovascular e renal crónica (HR: 1.22 e 1.24, respetivamente, p <.05), amputação por isquémia aguda (HR 1.21 p <.05). Os amputados com revascularização prévia e as ATT sobreviveram mais tempo (HR 0.65 e 0.51, respetivamente, p <.01).
Conclusões: Este estudo acrescenta informação prognóstica para uma população bem definida de doentes com uma primeira amputação major transtibial ou proximal, devido a uma causa vascular ou relacionada com infecção. As taxas de mortalidade após amputação dos membros inferiores são notoriamente elevadas, com apenas 23% dos doentes a sobreviverem mais de dois anos.
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